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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Mentes inquietas parte 3

Saudações Mortais,

Segue a última parte da reportagem sobre Bipolaridade.


Crianças e adolescentes

A maioria dos sintomas de transtorno bipolar já ocorre na infância e na adolescência, um período em que as primeiras manifestações da doença podem se apresentar ao mesmo tempo em que outros transtornos aparecem, como déficit de atenção, por exemplo. Mas, às vezes, é somente na fase adulta que se dá o diagnóstico.
- Quando conversamos com um adulto bipolar, muitas vezes descobrimos que os sintomas começaram por volta dos 14 ou 15 anos - explica a psiquiatra de crianças e adolescentes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Silzá Tramontina.
Além disso, quando o adolescente apresenta irritabilidade, os pais podem tomar como "algo da adolescência", quando na verdade, esse já pode ser um sintoma das fases de mania ou hipomania, ressalta Doris Husfeld Moreno, da USP:
- Confunde-se, mas talvez não seja. Normalmente, quem percebe são os pares, colegas de escola, porque esses adolescentes (com transtorno bipolar) são os que, frequentemente, praticam ou sofrem bullying.
Em um diagnóstico completo, os sintomas são muito semelhantes aos de um adulto, mas com algumas particularidades.
- A sexualidade, por exemplo, aparece de um jeito diferente. A criança pode querer tirar a roupa na sala de aula - afirma Silzá.
Outra diferença aparece nos períodos das fases em que a doença se apresenta. Em adultos, é preciso uma semana de sintomas de mania, por exemplo, para caracterizar a doença. Para os pequenos, pode ser algo que varia bastante mesmo no decorrer de um dia.
A especialista ainda ressalta que, mesmo que pareça haver um aumento nos casos, é uma prevalência baixa:
- Hoje, vemos muito diagnóstico em cima disso. Mas precisamos lembrar que é raro. Quando começa a se falar demais disso, as pessoas ficam muito alertas. Diversas crianças são diagnosticadas por outros profissionais, que desconhecem as peculiaridades de quando a doença se apresenta nessa faixa etária. Temos de ter cuidado, porque é um diagnóstico muito sério.
Pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos e publicada na revista científica Archives of General Psychiatry mostrou que, após mais de 10 mil entrevistas com adolescentes entre 13 e 18 anos, descobriu-se que uma média de 2,5% desses jovens teve episódios de mania e de depressão nos últimos 12 meses e preencheu os critérios para o diagnóstico do transtorno.
Ainda que não haja um estudo em grande escala sobre a prevalência da bipolaridade na população infantil, estudiosos estimam que ela atinja até 2% de crianças e adolescentes ao redor do mundo.

40% das crianças e adolescentes com transtorno bipolar têm ao menos duas tentativas de suicídio , que podem ser menos explícitas e tomadas como "atitudes de criança agitada". Por exemplo, sair correndo em direção aos carros em uma rua movimentada.

Sintomas nessa fase da vida

Apresentar muita mudança de humor e aumento da irritabilidade e da energia.
Ter pouco sono e estar sempre "a milhão".
Chutes e explosões de raiva.
Expressar-se dizendo que tem muita raiva, sem motivo aparente.
Dizer coisas horríveis para os pais.
Não ir bem na escola.


Bem, então era essa a reportagem. Espero que gostem.
Até a próxima semana.



terça-feira, 26 de setembro de 2017

Mentes inquietas parte 2

Saudações Mortais...

Segue aqui a segunda parte da reportagem da Zero Hora sobre Bipolaridade.

CARACTERÍSTICAS DO TRANSTORNO

Na fase maníaca:

Irritação
Agressividade
Pensamento e fala rápidas
Eficiência além da conta
Fazer coisas sem medir as consequências
Insônia ou pouca necessidade de sono
Comportamentos impulsivos


Na fase depressiva

Desânimo
Falta de eficiência
Tristeza profunda
Sensação de vazio
Falta de apetite
Pensamentos suicidas e de morte


Tratamento


Para ficar bem, o paciente com transtorno de humor bipolar precisa se conscientizar de que, depois do diagnóstico, não deve mais abandonar a medicação e, também fazer mudanças no estilo de vida. A doença tem forte componente genético - nos casos em que um familiar de primeiro grau tem o transtorno, aumenta-se de 1% para 10% os riscos de ter a doença -, mas também pode ser influenciada por muitos fatores ambientais. Sono desregulado, estresse, uso de drogas e abuso de álcool podem ajudar a desencadear crises.
- O que a gente trabalha com os pacientes é o que o estilo de vida tem de sair do sedentarismo e se aproximar muito do atlético, como se fosse se preparar para uma competição, com uma dieta regrada, horários regulados, trabalho regular - diz Flávio.
A família pode ajudar no diagnóstico porque será quem contribui nas informações do histórico da pessoa. Mas também tem papel importante no acompanhamento do tratamento.
- Em primeira instância, vem o medicamento, mas, em geral, associações de familiares conseguem cumprir uma parte que nosso sistema de saúde não cumpre.
Elas ajudam a pessoa a conviver melhor com a sua doença. Para que aceite melhor, por meio de palestras psicoeducacionais e grupos de autoajuda - complementa Helena.


   É bem por aí mesmo a coisa. A parte mais importante de tudo é aceitar que tem a doença, pois enquanto isso não acontecer o tratamento não vai surtir efeito. A pessoa tem que perceber que a medicação e a psicoterapia vão ajudá-lo a seguir com o tratamento. E não pode, em hipótese alguma, achar que, porque está melhor tomando os remédios que já curou a doença, porque Bipolaridade não tem cura e a pessoa tem que tomar remédio para a vida toda.
  Falando assim, parece que é fácil para mim, mas eu já experimentei os dois lados, com e sem remédio e, por mais que eu negue, sem remédio é bem pior. E ter "ataques" de ira com as pessoas que gosto não é nada legal. Claro que isso não acontece com todo o bipolar, isso depende de cada um, mas comigo é assim que funciona.
  Mas o melhor de tudo ainda é quando a gente tem o apoio da família. Triste é quando as pessoas que tu achas que gostam de ti ficam te dizendo que tu não tens nada e que está querendo aparecer ou que é mimada, daí fica complicado.
  Bem, semana que vem vou publicar a terceira e última parte da reportagem. 

  Espero que estejam gostando e até a semana que vem.



terça-feira, 20 de junho de 2017

Bipolaridade - Reportagem na Zero Hora

Saudações Mortais...

Aqui estou eu, na terça-feira, dia do Ementário Noturno. Confesso que não sabia muito o que escrever hoje... queria escrever mil assuntos, mas a cabeça está meio lenta, naquela fase em que se quer pensar, mas não se consegue porque está muito de...va...gar...
Mas vamos lá, que acredito eu deva ter alguns bipolares por aí querendo mais informação...
Essa reportagem que eu vou transcrever é da Zero Hora e foi publicada em 2015. Sei, faz um tempo, mas todos nós sabemos que a Bipolaridade não tem prazo de validade,  a coisa é sempre a mesma, só acrescenta mais conhecimento,
Talvez eu divida a reportagem em sessões não sei ao certo, porque não quero deixar o texto imenso e enfadonho.
Vamos lá,

MORENO, Doris Hupfeld. Mentes inquietas. Zero Hora. Porto Alegre, 21 nov., 2015.

Mentes inquietas

Sem causas bem definidas e exames que comprovem o problema, o transtorno bipolar pode levar anos para ser diagnosticado.
O transtorno de humor bipolar é uma doença da qual ainda não se sabe muito sobre as causas e não há exames que possam comprovar o diagnóstico. Conhecida pela alternância  entre fases de mania e depressão, a enfermidade apresenta um rol de sintomas e nuances que não se restringem à oscilação de humor e que tornam o diagnóstico mais complicado. No Brasil, uma pessoa  com o problema demora, em média, seis anos para descobrir que sofre com a doença.
Dois são os tipos em que se divide o transtorno: no tipo 1, o paciente apresenta episódios de mania, que pode se manifestar como psicose  e, no tipo 2, menos grave, apresenta hipomania - a pessoa fica acelerada, dorme mal, tem exaltação de humor. Quem é diagnosticado com o primeiro também pode apresentar episódios de hipomania, mas, para isso, precisa ter tido ao menos um registro de mania so longo da vida. As duas formas trazem algumas dificuldades para o diagnóstico.
- O tipo 1 pode ser confundido com doenças como a esquizofrenia, já com o 2 com depressão. Cada um tem os seus desafios - explica o psiquiatra Flávio Kapczinski, professor titular da Faculdade de Medicina da UFRGS e coordenador do Programa de Tratamento de Humor Bipolar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Kapczinski também estuda as bases biológicas do transtorno e relata que os avanços mais atuais são sobre o que é chamado neuroprogressão do quadro do paciente:
- Em um grupo que temos no Clínicas e em outras pesquisas, mostrou-se que, quando a pessoa tem mais de 10 episódios da doença, há uma tendência de diminuição de volume de certas áreas do cérebro, as pré-frontais, como o hipocampo, responsável pela memória. Mas isso não ocorre com todos. Alguns exames, particularmente a ressonância magnética, é que ajudam a fazer essa distinção. Por isso a importância da adesão ao tratamento, que ajuda a evitar os episódios de mania ou hipomania e depressão.
- Até pouco tempo atrás não se considerava o transtorno bipolar como uma doença que causasse danos cerebrais. Hoje já se sabe que pode deixar uma sequela - reitera a psiquiatra Helena Maria Calil, ex-presidente da Associação Brasileira de Amigos, Familiares e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata) e com longa atuação na área.
Para Doris Hupfeld Moreno, psiquiatra e pesquisadora do Grupo de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da USP, todo paciente para o tratamento ao menos uma vez na vida, o que faz do conhecimento do transtorno algo essencial para as pessoas:
- Para todas as doenças crônicas, a adesão é um problema. por isso faz parte do tratamento entender os sintomas. Todos param o tratamento alguma vez. Cada um precisa "apanhar" da doença, para, aos poucos, aprender a se tratar. É um processo.

Preconceito com a doença ainda é grande

Assim como em outras doenças mentais, o preconceito atua sobre as dificuldades de procurar ajuda.
- O estigma ainda é muito grande no Brasil. Alastra-se o mito de que todo mundo é bipolar, mas 90% não são. Vira até adjetivo. Isso apenas acentua o preconceito. E, quando alguém fala que tem transtorno bipolar, as outras pessoas se afastam. Mas quem tem, quando bem tratado, não aparenta o transtorno - completa Doris.
Por isso também que o nome mudou de psicose maníaco-depressiva para o atual, conta o psiquiatra José Alberto Del Porto:
-O termo psicose é muito carregado de estigma, e nem sempre o transtorno bipolar se configura por ele. Temos formas mais leves que se caracterizam mais por exaltação do humor, sem te delírios, que é uma marca da psicose. 

Vou continuar na terça que vem essa transcrição, mas antes de ir embora queria fazer alguns comentários.
Verdade, é complicado quando se diz para as pessoas que se é bipolar e é bem verdade que as criaturas ficam chamando qualquer pessoa que teve uma mudança simples de humor de bipolar. Nossa, se a gente vai seguir assim, imagina! Até a Natureza é Bipolar :)
Infelizmente, no meu caso, não tive dificuldade em ser diagnosticada bipolar, Desde o bendito psiquiatra em que eu fui até o último, todos me disseram A MESMA COISA. Então vocês podem me perguntar: "Mas isso não é bom? Tipo, o diagnóstico não foi errado?" É, por um lado isso é bom, porque tu não ficas como um idiota para todo lado sem saber o que realmente tens, mas por outro... eu não queria ter esse diagnóstico. Aliás, ninguém quer, a não ser que sejam daquelas pessoas que glamorizam a doença, se achando o máximo por ser bipolar. Vamos ser francos, QUALQUER TIPO DE DOENÇA é terrível. Se fosse bom, não seria chamado de doença, não é mesmo?
Mas o ruim de tudo isso é o apoio que precisamos ter. É muito comum as pessoas perto de ti acharem que tu estás querendo aparecer quando se diz bipolar. Já ouvi de gente que nem merece ser lembrada, que convivia direto comigo que eu queria aparecer, que eu era mimada, quando eu tinha os meus "ataques".
Ah! Fala sério. As criaturas acham mesmo que se fosse para chamar a atenção eu iria ao psiquiatra, gastaria uma fortuna em remédio e exame e ficaria tomando remédio para o resto da vida? Nossa, que idiotice, era melhor pendurar uma melancia no pescoço e sair batendo tambor no meio da rua... pra que querer chamar a atenção gastando dinheiro e tomando remédio?
Sabem qual o problema disso tudo? A mesma coisa que eu falo sempre: as pessoas não respeitam o outro, não se colocam no lugar do outro. Dessa forma fica muito fácil de acusar a pessoa de querer aparecer. Ninguém quer perder o seu tempo tentando entender o outro. O motivo do outro agir daquela forma. É como eu escrevi na última publicação, se a última psiquiatra, sabendo que eu não poderia continuar com a terapia devido às finanças não se deu ao trabalho de buscar ao mínimo um desconto com a Direção, para que eu continuasse com o acompanhamento e tratamento, que é o profissional responsável por isso e que sabe que a Bipolaridade é uma das doenças que mais causa o suicídio entre as pessoas, o que dirá das pessoas que convivem contigo e não estudaram para saber sobre a doença? E sem falar na célebre frase... são pessoas....
Logo, antes de ir só tenho a dizer uma coisa, Bipolaridade é uma doença terrível. Confesso que fiquei preocupada quando li que pode afetar partes como na memória, por exemplo, mas o que fazer? Não pedi para vir com esse defeito de fábrica :) Deduzi que o que se pode fazer é se cercar de pessoas que realmente gostem de ti e estejam dispostas a aguentar a complicação que é uma crise bipolar. Isso já é uma grande vitoria para pessoas bipolares como eu. Porque, vamos concordar: a vida em si já tem um monte de problemas e aprendizados para nós, ninguém merece ter pessoas imbecis que não sabem de nada querendo bancar os psiquiatras em volta para infernizarem a tua vida.

Bem, depois disso, fico por aqui. Até semana que vem,
Abraços,


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Psiquiatria incompetente

Olá Mortais...

Hoje acordei com vontade de deliberar sobre um assunto que, acredito eu, muitos de nós, bipolares, já passaram por isso: encontrar um psiquiatra que preste.
A Bipolaridade já é complicada de diagnosticar e, enquanto isso não acontece, a criatura fica sofrendo enquanto os outros que estão à volta acham que a pessoa está querendo aparecer. 
Então, quando ela é diagnosticada fica pior ainda, porque é preciso encontrar um psiquiatra que preste para ajudar a pessoa. E aí começa mais um sofrimento. Passei por alguns psiquiatras que não estão nem aí pra ti. O que interessa a eles é o dinheiro. Pagou, se tratou, caso contrário cai fora.
Normalmente o tratamento fica melhor quando o psiquiatra também atua como psicólogo. Meu penúltimo psiquiatra era assim e, confesso que tendo vontade de matá-lo em algumas vezes, fiquei bem contente com o andamento das sessões e senti falta quando tive de trocar, porque o cara voltou para a cidade dele.
Passei por um período financeiro deselegante e o cara conseguiu que eu permanecesse com a terapia por um preço mais acessível. Acontece que, quando ele foi embora, a psiquiatra que assumiu, mesmo sabendo das minhas finanças, aceitou numa boa quando eu disse que não faria mais terapia e só viria para solicitar a medicação.
Nossa! Acho que a criatura comprou o diploma na Internet. Não sabe que a Bipolaridade é uma das doenças mais complicadas que existem? 
O paciente chega e diz que não vai mais fazer a terapia porque não tem dinheiro e o que o profissional faz? Aceita numa boa, sabendo que a criatura é passível de uma depressão complicada e pode cometer suicídio... No mínimo, por respeito ao bipolar, o profissional poderia tentar um desconto com os superiores para que a pessoa não ficasse sem assistência, mas para quê? Não tem dinheiro, te vira.
Sei que todo precisamos trabalhar e ganhar o pão de cada dia, mas fala sério... onde está a parte médica da coisa? Olha a viagem... um bipolar diz  que vai parar a terapia pois não tem dinheiro e o profissional que pode fazer algo a respeito como solicitar um desconto não está nem aí e diz que está tudo beleza.
Às vezes me pergunto como esse tipo de profissional pode deitar com a consciência tranquila sabendo que, por falta de interesse e profissionalismo, um paciente pode cometer suicídio por negligência médica? 
Não sei ainda como me espanto com isso, se são só seres humanos, que não compreendem a si mesmos, tentando "ajudar" outros seres humanos a se compreenderem...
Triste ilusão à minha...

Até semana que vem,



terça-feira, 6 de junho de 2017

Poema

Não dá mais...
Cansei de lutar
Tento fazer algo de bom, mas
Parece que estou sempre a piorar
As coisas ao meu redor podem estar bem
Mas lá no fundo eu não consigo ver a luz
A cada dia que passa piora mais
O que é isso que me tranca a alma
e me agonia a o pensamento?
Não quero mais, não quero mais
Ser o entrave dos outros e de mim mesma
Preciso fazer isso parar,
Preciso do meu peso os outros livrar
Quem haverá de gostar de alguém tão
Inútil assim?
Só quero um pouco de paz
Paz de alma,
Paz de espírito
Gostaria tanto de fazer quem eu amo
Alguém feliz...
Mas parece que nem isso posso fazer
Frio e tristeza em emu coração
Não vejo outra saída que a escuridão
Se depois que eu for embora
Ninguém lembrar de mim
Não ficarei triste porque
Pois sei que sempre foi assim...
Vim para cá sem ser questionada
E agora da vida sou cobrada
Pensei fazer algo de útil
Mas não passo de alguém fútil
Só entristeço quem me ama
E por melhor que eu tente ser
Só consigo piorar...
Ah... eu precisava tanto descansar

Vampyra Morgh


Era isso, espero que gostem. Até mais...



segunda-feira, 3 de abril de 2017

Bipolaridade.... de novo

Saudações Mortais...

Vou começar as postagens do blog de 2017 de forma bem direta: falando sobre bipolaridade (como se eu já não tivesse tocado no assunto antes, mas vá lá).
Na verdade, não vou ficar aqui dando a minha opinião. Vou copiar uma reportagem que saiu na Zero Hora de novembro de 2015.
Na sequência quero postar aqui o livro Uma mente inquieta que conta a trajetória de uma psiquiatra que descobriu que era bipolar. Triste realidade quando eu li esse livro achando que não teria nada a ver comigo, mas à medida que eu lia e ia sublinhando as partes semelhantes as situações que eu havia vivido quase surtei ao ver que, por muito pouco, eu não sublinhei o livro todo :(

Então lá vai:

HUMOR BIPOLAR

O transtorno bipolar transforma a vida em uma corda banda, que oscila entre fases de mania  e depressão e exige tratamento constante.

 Maria Rita Horn

Ao mesmo tempo, assustadora e empolgante. Uma vida poderosa e que desliza na trajetória de um foguete, mas que também se aproxima da letalidade. Entender os contornos do transtorno de humor bipolar é compreender as fronteiras que mais parecem uma corda bamba e que permeiam o cotidiano de quem sofre com a doença.
Winston  Churchill, Vincent van Gogh, Ernest Hemingway, Virginia Woolf, Kurt Cobain. Pintavam, compunham e escreviam deleites. Retomada de registros sobre essas personalidades demonstra que eram pessoas com transtorno bipolar. Mas não porque fossem gênios em diferentes habilidades. Abuso de álcool e drogas, corte de uma orelha e suicídios mostram que não há charme nessa doença psiquiátrica, que afeta não apenas pessoas de talento, mas de 8% a 10% da população mundial - proporção que leva em consideração os casos mais graves e os mais leves.
- A pessoa tem mesmo a sensação de que está mais inteligente, mais criativa, fazendo mais coisas, mas isso é muito subjetivo. Ela dimensiona de modo errado no momento sintomático, de mania, e começa muitos projetos ,sem terminar. Ela pode, de fato, executar mais, o problema é a qualidade disso. Vemos isso no Schubert (compositor austríaco), por exemplo. Percebemos que, nessas fases, a produção aumenta, mas não são as obras de maior qualidade - explica Doris Hupfeld Moreno, psiquiatra e pesquisadora do Grupo de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da USP.
No livro Simplesmente Bipolar (Editora ZAhar, 2015), o psicanalista inglês Darian Leader cita o escritor escocês Brian Adams, que resumiu suas curvas de mania em outra obra sobre o assunto e questionou a propaganda da doença: "Adams pergunta por que essas listas (de famosos bipolares) se concentram, invariavelmente, nos nomes daqueles que contribuíram para a cultura, e não nos dos que a prejudicaram".
Se tratado, Van Gogh talvez tivesse vivido por mais tempo. Mais de suas obras teriam ficado para a posteridade. Doença crônica, o transtorno de humor bipolar prejudica a vida do paciente no trabalho, nos relacionamentos afetivos e na escola, e até mesmo causa declínio cognitivo se não for acompanhado por tratamento médico.


Bem, por hoje era isso. Aos poucos eu vou voltando a ler sobre essa doença dos infernos e vou trazendo as informações para vocês.
Fico por aqui....


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Perfume

Teu perfume...
Teu cheiro...
Me leva à lembranças passadas
Aos momentos vividos
Ah que saudade!
Mas antes não era certo,
Antes era improvável
Antes trazia uma felicidade não concreta
Um desejo não realizado
Um sonho não concretizado
Mas hoje...
Ah! Hoje é verdade
Hoje é fato
Que pertences à minha vida
Que fazes parte do meu mundo
Quanto sofrimento meu coração
Passou ao recordar do teu perfume
Quantas lembranças felizes não foram
Resgatadas pela memória
Cada vez que eu sentia teu perfume único
Hoje o aperto no coração que sinto
É porque tenho saudades de ti
É porque queria estar mais perto do que
Estou agora
Não é uma dor ruim, daquelas que
Esmagam o coração e estraçalham a alma
Porque sei que és meu
Mas ao sentir teu perfume
Sinto uma leve dor em meu coração
Uma dor de saudade que logo passará
Quando eu de novo te encontrar
E em teus braços me aconchegar
Esse teu perfume único
Que me faz acreditar
Que essa reles distância
Jamais vai nos separar
Não importa o que aconteça
Pra sempre dentro de ti
Eu vou estar

Vampyra Morgh


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Depressão


Ela insiste em me acompanhar
em me maltratar...
Insiste em me fazer chorar
Apertando meu peito de angústia
e solidão
Onde ficaram meus planos?
Onde ficarão?
Não há mais um caminho à frente
Só a escuridão
Oh! Aperto no meu coração que nunca cessa
Silêncio que nunca acaba
Mais forte que a felicidade que havia
Espalhando-se sorrateira,
Arrastando-me com ela
Para o breu sepulcral e silencioso
A dor que oprime meu peito não permite
A tentativa, mesmo que parca, de subir à superfície
A aceitação é a melhor atitude a tomar
Acabou. O caminho findou e de minha essência
nada restou
Vou deitar aqui, no frio
E me aconchegar nos braços da Morte
Vou sorrir tranquilamente
porque estarei em paz finalmente

Vampyra Morgh

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Poema

Saudações Mortais,

Acabei de criar.

A sede arranhava minha garganta
Como as mãos da Morte com suas garras compridas
Meu pensamento já não seguia mais uma linha 
Lógica de raciocínio 
Tudo estava chegando ao fim...
Então te avistei ao longe
Sentado em um banco de parque
Silencioso e solitário
Aproximei-me furtivamente
Coloquei minhas mãos em teus ombros
Me inclinei e sussurrei em teu ouvido:
Hora de partir meu querido
De alguma forma eu já sabia 
Que ele estava me esperando e, por isso, 
Não ofereceu resistência
Meus caninos aproximaram-se de seu pescoço
E sem pensar duas vezes, o mordi
Eliminando a sede que me consumia aos poucos
Ele não esboçou reação alguma enquanto eu
Sugava a essência de sua vida
Parecia que ele não estava ali...
Então quando me afastei de seu pescoço
E caminhei até ficar de frente para ele 
Foi que eu vi com horror
Ele já estava morto e havia sido
Logo antes de eu chegar
E agora? Forças das Trevas?
Pensei começando a me desesperar
O sangue que me manteria viva
Era o mesmo sangue morto que 
Agora acabava com ela...
Oh! Tanto tempo de espera...
Tanto tempo de planejamento
Para quando o momento chegasse 
E alguém chegou antes de mim
Alguém que não apoiava minha união
Com ele e agora ambos teríamos o mesmo fim...
Senti o sangue morto dele em minhas veias
Senti minha imortalidade desaparecer aos poucos
Eu estava deixando esse mundo...
Oh... tudo porque não observei os detalhes
A desatenção gera perdas irreparáveis
Então tudo começou a esmorecer
Minha visão escureceu, meu corpo fraquejou...
Caí de joelhos em frente àquele que pensei 
Que seguiria comigo ao longo dos séculos 
Sem esperança... sem chance... sem nada... só a escuridão
O último suspiro, a última visão
De algo que poderia ter sido e não foi
De algo que me foi tirado antes mesmo de ser meu...
Oh Mestre! Estou de volta ao meu lar, de volta à
Escuridão...


segunda-feira, 28 de março de 2016

Bipolaridade


Saudações Mortais,

Coloquei esse vídeo porque achei simples e prático. Explica muita coisa e talvez muitas pessoas que acham que a pessoa que tem bipolaridade fica "se fazendo" para aparecer e chamar a atenção, mudem de ideia e, ao invés de se acharem donas da razão, comecem a ajudar e a entender mais.









https://www.youtube.com/watch?v=HGIUGROWdlc


Até a próxima,


Diário bipolar

Saudações mortais...

Bem, aqui estou eu ainda nesse mundo... Hoje não fui trabalhar porque não passei bem. 
Acordei mal do estômago e com dor de cabeça (dor esta que tem me acompanhado quase todos os dias e tem me deixado irritada, para variar).
Eu não poderia ficar o dia inteiro em casa e não fazer nada a respeito. Estou cansada disso. Faz 4 meses que eu parei de tomar a porqueira da medicação e não é de se admirar que eu ouvi reclamações, com razão, do meu marido em função das mudanças bruscas de humor. Meu filhote também já sofreu com os ataques de raiva, não com ele, mas comigo mesma. 
Por sorte, depois que aconteceu a tempestade do dia 29 de janeiro, meu cargo de bibliotecária foi extinto, mas para surpresa minha o ditado que diz que há males que vem para bem, serviu direitinho.
A gerência que eu aturava por 7 anos já não é mais nada minha. Comecei a conversar com outras pessoas ao invés de ficar como um  bicho do mato socado o dia inteiro na minha sala, catalogando livros. E de quebra, ganhei um voto de confiança do diretor para ver se eu consigo assumir uma atividade e concluir com sucesso.
Mas a parte disso tudo é que surgiu uma luz no fim do túnel, literalmente falando.
Comecei a conversar com uma colega que eu só cumprimentava antes e ela me deu umas dicas muito interessantes de onde buscar ajuda para essa porqueira de bipolaridade.
Conversamos bastante e eu me convenci que precisava de ajuda, porque do jeito que estava, estava começando a ficar difícil. Bem, difícil. Na verdade, quem tem essa droga de doença deixa os outros à volta doentes também, porque é uma coisa complicada de conciliar.
No último texto que eu escrevi, disse que não queria fazer o tratamento porque era caro e porque eu iria ficar como uma múmia. Mas na verdade não é isso, não adianta nada ter um monte de criações e criatividade explodindo se eu não consigo concluir droga nenhuma. Ter milhões de ideias e não concluir nada, não tem tem valor algum. Acaba dando no mesmo, só que a pessoa fica uma múmia mais ativa, só isso. E a frustração de não conseguir concluir nada nesse mundo deixa a pessoa pior ainda.
Foi por isso que hoje eu tomei uma decisão: vou voltar a cuidar de mim. Comecei a tomar meus remédios e marquei uma triagem na Fundação Mario Martins. Vamos ver o que vai dar, no mínimo, pior não fica. Como eu escrevi antes, minha maior preocupação são meus filhotes peludos que não se cuidam sozinhos. Se eu não me cuidar, que adiantará tudo isso? Daqui a pouco vai me dar um piripaque e eles vão ficar sozinhos e nada vai adiantar. Meu filhote também não precisa de uma mãe bipolar sem controle algum como exemplo do que não se deve fazer.
Tenho um outro blog Verdade mentirosa, mentira verdadeira em que eu digo que, se as pessoas não concordarem com o que eu digo, ao menos elas terão como exemplo o que NÃO se deve fazer, mas falando a verdade, desde que eu contribua com alguém nessa vida, já ficarei feliz, mas no fundo do coração, com meu filho eu não quero ser o exemplo do que NÃO SE DEVE FAZER  e sim do que É O CERTO. Penso que devemos contribuir de alguma forma, mas se for possível, que seja de forma a mostrar o positivo e não o negativo. :)
Então, por isso estou aqui hoje, para iniciar meu Diário Bipolar. Acredito ser uma maneira boa e positiva de me ajudar (porque amo escrever) e de ajudar outras pessoas que podem estar na mesma situação que eu.
Como eu disse antes, quero contribuir de forma positiva e não ser um exemplo para os outros do que não se deve fazer.
Sendo assim, publicarei aqui, minha caminhada rumo à convivência e aceitação do que é viver com essa droga deselegante de doença que é a BIPOLARIDADE.
Pelo menos, o primeiro passo eu já dei: medicações e ajuda profissional. Vamos ver o que vai acontecer na sequência.
Também gostaria de deixar aqui registrado meu muito obrigada à minha colega que me passou as informações da Fundação e que me disse o que eu já sabia, mas não colocava em prática, que se eu estiver bem, todo o resto fica bem e que o importante é a gente se cuidar.
Valeu!


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Maldita bipolaridade

É, ainda não me matei (para alegria de uns e tristeza de outros...)
Não sei o que fazer... hoje tudo ficou muito claro pra mim: ter essa doença é literalmente um inferno. Passo do bom pro terrivelmente ruim em segundos. Se tomo o remédio fico como uma pessoa normal: literalmente uma idiota. Nada contra as pessoas normais, é sério. Tenho inveja delas, porque elas vivem seus dia a dia de forma pacífica, rotineira e não tem esses ataques de raiva, de loucura, de extremidades e de muita criatividade. 
Estou há um mês ou mais sem tomar os malditos remédios e confesso que até agora não preciso deles, mas já passei por surtos de raiva, de alegria, de solidão e de tristeza sozinha porque não quis falar com ninguém da minha família, muito menos com a psiquiatra. 
Quando isso aconteceu, eu me soquei no quarto e fui dormir antes de chorar como uma condenada no travesseiro.
Hoje posso dizer que estou normal, normal naquelas... estou com milhões de ideias, meu pensamento não acompanha a velocidade do que eu quero fazer e, na maioria das vezes, me esqueço do que estava falando sozinha, ou fazendo, para ter de parar com tudo para me organizar e tentar ver de onde eu parei...
Falando sério mesmo, que inferno ter isso. É como ter um dom  amaldiçoado. 
Posso ver tudo tão claro e nítido quando não tomo os remédios, mas ao mesmo tempo, tenho acesso de raiva e de tristeza que me afasta das pessoas que eu amo. É como se eu tivesse acesso ao universo todo, mas pagasse um preço bem alto por isso. Um preço que me cobrasse a felicidade e me desse de "presente" a solidão.
Se eu tomo os remédios, fico normal, como se eu fosse uma linha reta. É como se toda a criatividade que existisse em mim sumisse e eu fosse um zé ninguém, mas quando eu não tomo os remédios, minha criatividade e espontaneidade fluem tão natural como se isso fosse o normal. Tenho mil ideias, mas de algum jeito, nenhuma dela se concretiza... e isso me frustra como seu eu fosse uma nulidade.
Eu queria fazer tanta coisa de útil nesse mundo inútil... queria fazer alguma coisa pra ajudar, mas não consigo. Sou a contradição em pessoa.
Sou tão criativa, mas não consigo levar minha criatividade adiante. Muitas vezes já desejei não ter nascido com esse monte de coisas: saber pintar, desenhar (acho que também sei cantar), tocar piano e violino, ter ouvido absoluto como o de Beethoven, que amo de paixão, ter um sotaque alemão sem ser alemã (minha professora de alemão que comentou isso, chegando a perguntar se eu jé tinha estudado alemão antes quando entrei pro  primeiro semestre de alemão na escola CLEM). Queria não saber escrever minhas histórias de vampiros e que meus leitores não gostassem tanto delas, queira não saber escrever, quera não saber tricotar, queria não saber bordar, queria não saber fazer tanta coisa (fazer bijouterias) e não queria saber de tanta coisa de artes e literatura, talvez assim eu não sofresse tanto. 
Ter um monte de conhecimento e não usar é cruel, é doloroso. E é isso que acontece comigo, que tenho essa maldição de bipolaridade.
A vida por si só já é ruim e eu consegui ter essa mala biológica para piorara minha vida. Sei que a medicação ajuda, mas nos dias de crises gastar R$300,00 de remédio é um absurdo. Gastar R$300,00 em algo que me deixa como um robô, com atitudes mornas e sem graças, mas que faz com que eu  não tenha surtos de estupidez, raiva e gastos sem necessidades?
É a maldita doença do 8 ou 80 literalmente falando. Não sou melhor do que ninguém, mas quando a gente tem acesso ao muito criativo que existe em nosso cérebro e no potencial que ele tem é praticamente impossível querer tomar aquele maldito Carbolitium para pôr ordem na casa. 
Toda a vez que eu todo o remédio corretamente, eu mando todos os meus personagens dos meus livros pro inferno. Eu não tenho criatividade para dar vida ao Chistopher, meu vampiro do livro A ilha, por exemplo. Não adianta eu ficar pensando nele e na história que nada acontece. Mas eu sei que se a minha imaginação ficar solta, ele ganha vida, a história continua e os meus leitores agradecem, mas sou eu quem me dano depois com a minha família. Por isso penso que se eu desse um jeito de sumir desse mundo seria melhor. Não mais incomodaria as pessoas que gostam de mim, mas também não posso fazer isso porque assumi um compromisso com 3 anjos...
Tenho 3 cachorros que dependem de mim e que não me pediram para vir pra cá, porque fui eu quem os procurei. Como posso deixar 3 anjos que não sabem se cuidar sozinhos se eu for embora? Eu não sei o que vai acontecer com eles se eu morrer. Provavelmente minha família não os vai querer e sabe-se lá o que o Diabo vai fazer com eles...
Mais um problema que eu criei pra mim, mas que não posso largar de mão...
Mas também não quero magoar as pessoas que gostam de mim com meus ataques de estupidez e fúria, mas também não quero comprar R$300,00 em remédio e ficar como uma múmia...
Por quê isso teve que acontecer comigo? Será que eu tenho que contactar meus pais e bater neles por eles terem me posto neste mundo podre com essa doença mais podre ainda? Eu não pedi para vir para cá, não pedi para passar por isso e agora não tenho a mínima ideia de como resolver esse problema infeliz.
Abençoada todas as pessoas que não são bipolares...



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Suicidio

Estou postando isso agora, porque achei que já tinha postado antes do texto que acabei de postar, que idiota.... É o preço que se paga pela bipolaridade.




Sim, estou pensando em suicídio. Talvez a melhor solução para os meus problemas.

Cheguei até a criar um slogam:”O suicídio nada mais é do que a autonomia sobre a vida”

E não é verdade?

Quando uma pessoa decide acabar com a própria vida, ela não está decidindo quando, como e onde quer morrer? Ora, a única coisa certa nessa existência é que TODOS vamos morrer mais cedo ou mais tarde, só não sabemos quando, onde e como. Não passamos de simples marionetes da vida.

Somos formigas queimando sob a lupa de deus, ser supremo que segundo uns, nos criou à sua imagem e semelhança e, segundo eu, nos largou aqui para nos virarmos e perdermos a esperança nas coisas boas a cada dia que passa. Acredito que, já que não pedimos para vir a esse mundo, pelo menos poderíamos ter a opção de decidir quando vamos deixá-lo.

A Morte é um assunto terrível e eu sei muito bem disso. Antigamente pensei que ela fosse uma amiga que fosse levar as coisas ruins embora e me dar paz, mas daí lembrei que eu não estou sozinha. Apesar de muitos quererem que eu morra, eu não posso simplesmente acabar com minha existência. Tenho meu filho, meus cachorros e meu marido que, penso eu, iram sentir minha falta e eu acho que ainda não cumpri minha missão com eles. Mas não consigo aceitar que algum deles vá embora antes de mim, porque eu não suportaria continuar sem eles.

Então por que raios não podemos decidir quando ir embora? Se a coisa toda fosse planejada, na certa seria menos dolorosa, já que esse é o final de todos nós.

É certo então nos despedirmos de quem amamos e, por causa de um bandido, nunca mais os vermos porque a alguém decidiu dar um tiro neles? Sei de histórias em que as pessoas foram rotineiramente para os seus trabalhos e, nunca mais voltaram por causa de terceiros, que deveriam morrer em seus lugares, porque esses sim não prestam.

Então chegam os otimistas: “Carpe diem.” Também concordo, mas não temos de aproveitar o dia porque não sabemos o que pode acontecer em seguida. Temos de aproveitar o dia porque é isso que viemos fazer aqui, nesse planetinha decadente. Por que viemos parar um lugar que não pedimos, para passar trabalho, sofrer e, além disso, ainda por cima aproveitar o dia porque não se sabe até quando vamos ficar por aqui à espera de um louco qualquer ou de um câncer qualquer prontos para nos levar? Por que deixar nosso corpo envelhecer e, por mais saudáveis se sejamos, chegar a um ponto em que uma lesma se torna mais rápida que nós?

Por que não decidimos quando queremos ir? É tudo uma questão de planejamento.

Eu não queria ter essa consciência, não queria ter memória, não queria sofrer com o que foi e nunca mais será. Não queria ter em minha mente imagens e lembranças de pessoas, animais, situações que eu sei que NUNCA mais acontecerão ou estarão comigo. Somente quando eu morrer é que as lembranças e saudades irão embora. Por melhor que seja uma lembrança, a saudade que ela causa é sempre nostálgica, porque não queríamos que acabasse, mas é algo que não depende de nós...

Queria fazer como um video que vi no Youtube: uma senhora, provavelmente cercada dos entes queridos e com câncer terminal, decidiu pôr um fim no sofrimento. Uma amiga lhe serviu Nembutal, ela bebeu, conversou, sorriu e comeu chocolate. Depois, como uma criança que brinca até tarde da noite, foi se acalmando, se aquietando e era possível observar o sono eterno aproximando-se lentamente.

Ela morreu feliz, com calma e tranquilidade. Morreu junto dos que amava e provavelmente seu corpo e espírito finalmente puderam descansar...

Pensando por esse lado, não é uma boa ideia ao menos controlar isso? Saber quando ir, saber quando se despedir, saber como partir? Ao menos nunca ficará a sensação do que podia ter sido e não foi. Não foi porque deus quis, foi porque a pessoa decidiu que aquele era o melhor momento para fazer o inadiável.

07/12/2015


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Bipolar

Saudações Mortais...

Passo hoje aqui para postar uma notícia antiga, mas atual sobre bipolaridade. Se não me engano, foi um programa da Globo: Fantástico.
De uma forma ultra mega abrangente, eles falaram bem dos bipolares, mas bem que podiam fazer uma reportagem mais profunda, que aparecesse os problemas sérios que os bipolares passam, principalmente quando estão na fase de mania.
Acho que não adianta nada mostrar uma reportagem sobre uma doença ou outra coisa, se quem elaborou a reportagem não consegue respeitar o espaço do outro.
É muito fácil colocar coisas superficiais sobre determinado transtorno se não investiga o motivo das atitudes divergentes; Pelo menos é isso p que penso.

http://g1.globo.com/fantastico/quadros/Males-da-alma/noticia/2013/03/alternancia-entre-depressao-e-mania-e-principal-caracteristica-de-bipolares.html

Alternância entre depressão e mania é principal característica de bipolares

É comum confundir transtorno bipolar com depressão. Em média, os pacientes demoram 13 anos para receber o diagnóstico correto.


Alternar fases de tristeza com outras de otimismo e autoconfiança acontece com todo mundo. Mas em algumas pessoas a tristeza vem acompanhada de desinteresse por tudo, incapacidade de sentir prazer, isolamento social, esquecimento, alterações do sono. É a fase depressiva. Essas crises depressivas são seguidas por outras que apontam no sentido oposto: excitação, euforia, aceleração do pensamento, fala rápida, desinibição exagerada, maior interesse sexual e até delírios. É a fase de mania. A alternância entre a depressão e a mania é a característica principal do transtorno bipolar.

É comum confundir transtorno bipolar com depressão. Erro grave porque os tratamentos são diferentes. Em média, os pacientes demoram 13 anos para receber o diagnóstico correto. Nesse período, sofrem com a medicação inadequada. Não é raro procurar refúgio no álcool e nas drogas proibidas. Mas a consequência mais triste é a solidão. Sem entender o que se passa, a pessoa se afasta dos amigos e da família. Mesmo com o diagnóstico e com o tratamento certo, a convivência não é fácil.

O tratamento do transtorno bipolar é feito com medicamentos estabilizadores de humor e psicoterapia. Infelizmente, pelo menos a metade dos pacientes interrompe a medicação. Primeiro porque os remédios exigem tempo para que as doses sejam ajustadas, segundo porque, na fase de excitação, a pessoa acha que ficou curada. Os medicamentos não curam o transtorno bipolar, mas o tratamento ininterrupto, acompanhado de psicoterapia, é a garantia de uma vida mais tranquila, sem sobressaltos.



http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/alternancia-entre-depressao-e-euforia-marca-o-transtorno-bipolar/2478201/

Um grande amplexo a todos. Até a próxima postagem.


terça-feira, 24 de março de 2015

Voltando literalmente dos mortos...

Saudações Mortais...

Voltando mais uma vez das sombras... tentarei não me afastar mais, mas... sabe-se lá... nos acontecem cada coisa nesta vida...

Verifiquei que estou há um ano e alguns meses sem escrever uma vírgula sequer aqui. Óh! Triste vida... tenho tanta coisa para escrever... mas agora tudo vai depender da organização das coisas. Não adianta ficar um ano longe e quando voltar, querer despejar tudo de uma vez.
Sendo assim, vou começar aos poucos. Vou postar um poema que escrevi em 8 de janeiro para o Blog Vale das Sombras.



Animal
Animal. Quem?
Polui, maltrata, mata, destrói
Não pensa antes de agir
Altera o equilíbrio
Não está nem aí
Magoa, fere, mente, finge
Transfere a culpa ao de Chifres
Mas não para em nenhum momento
Para se olhar no espelho
E analisar o que fez
Acha-se digno de afirmar
Ser racional
Se a razão existisse
A guerra não aconteceria
A raiva não prevaleceria
A miséria não cresceria e
Moralmente, haveria evolução
Pedante ao se achar dono da
Situação como se fosse o
Senhor do Universo
Arrogante em pensar que está
Acima do que quer que seja
Ser nocivo e cruel
Mau com os da mesma espécie
Racional?
Quem é o animal?
Quem segue o curso antinatural
Usando o conhecimento para destruição?
Para traição?
A natureza impõe o sofrimento, a perda
A este animal
Através de causas naturais e o faz
Perecer diante de sua força
Até um dia esgotar tudo e não haver nada
Só escuridão
Quem é o mais animal?
O de duas ou de quatro patas?
Se a amizade, fidelidade, felicidade, sinceridade,
Pureza e o amor incondicional, sem cobrança alguma,
São procurados
Então só há um rumo natural a seguir
A natureza que chegou primeiro
Com toda a sua sabedoria
Ensinando, cada vez com menos êxito,
O respeito pelo próximo,
O cuidado com o lar
A proteção da vida
Porém, nem tudo está perdido
Ainda há saída
Mire o olhar de um quatro patas
Observe suas atitudes
Seu comportamento
Se fores merecedor
Perceberás que naquele olhar
Todas as coisas boas estão contidas
As lembranças da infância ao correr
A capacidade de amar por amar
(sem cobrar)
A fidelidade eterna
E a amizade sem fim
Então, quando isso acontecer
Pode ser que, nesse momento,
O duas patas entenda o que
É viver
                    Vampyra Morgh




Espero que tenham apreciado.
Ósculos e amplexos,


Ass1.jpg


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Cobras

Saudações Mortais...

Hoje vi um desenho antigo na televisão, um desenho de 2011... que me fez lembrar das origens. Eu simplesmente não gosto de cobras, mas a cobra que aparece no desenho Rango é perfeita! Aqueles olhos...
 








           Tem uma parte no desenho que o Jake (cobra) pega a mocinha e diz algo do tipo: "... em nome do fogo do Inferno..."
          Em outro momento, a mocinha manda a cobra para o inferno e o Jake o que é que diz? "... e de onde você acha que eu venho? "
         A cena em que ele coloca o veneno no copo é perfeita... amei!
         Coisa mais elegante!
         Até a próxima,


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Nada de novo...

   Minha primeira postagem de 2014... mas não há nada de novo.
   Não desejei, não pedi, não planejei...
   Fazer tudo isso por que e para quê, se minhas atitudes ainda continuam sendo as mesmas? Não posso esperar resultado nenhum diferente.
   Na verdade acho ridículo essa parafernália toda de ano novo. Que tanta felicidade as pessoas
encontram no início do ano? Mais impostos, mais arrogância, mais pessoas se matando, mais destruição do planeta? No que há para se se comemorar nisso tudo? Pra mim é só mais um ano que começa e eu que eu sei que vai ser exatamente como no ano anterior, sem surpresas, sem novidades...
    Além de ainda pensar no Rian, ainda contabilizei no ano de 2013 a morte de dois bichinhos meus de extimação, um em janeiro e o outro agora, dia 28 de dezembro... E ainda depois vem as criaturas com aquelas malditas champanhes com gosto de vômito fazer planos e desejar coisas boas.
    Faça-me o favor,