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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Tudo sobre lítio

Olá Mortais... como estão vocês neste período tão feliz de pandemia?

Eu estou muito animada, porque de acordo com a divisão de grupos que o trouxa do prefeito de Porto Alegre montou, eu não vou ser vacinada, pois a minha faixa etária e a minha condição não se enquadra em nenhum dos grupos. Ou seja, estou ferrada.
Agora o mais curioso de tudo isso é que os "privados de liberdade", que cometeram crimes vão ser vacinados. Que bonitinho isso...
Bem, mas vamos ao que interessa. 
Encontrei esse vídeo muito interessante no Youtube que traz de forma clara e simples informações para nós bipolares, que tomamos lítio.


E realmente, por mais que eu negue, o lítio faz um bem danado para a convivência nesse mundo tão amalucado em que vivemos. No mínimo, o lítio deixa a gente mais pé no chão e ajuda a tomarmos decisões de formas mais claras, sem aquelas loucuras do período de euforia :)
Realmente, é algo que não se pode viver sem...
Para o dia de hoje é isso. 
Ósculos e amplexos.



segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O que é transtorno bipolar

Olá Mortais, como vão vocês?

Eu vou relativamente bem. Um pouco assustada com a perspectiva iminente de morte com esse Covid que anda por aí, mas tudo bem. Não dá para se assustar muito com uma coisa que é o nosso fim certo.
Mas vá lá...
Encontrei no Youtube um canal chamado Saúde Mental muito interessante. Esse canal é apresentado por um médico, o que torna as informações mais sérias e confiáveis.
E quando se trata de Bipolaridade, qualquer informação importante é válida.


Espero que tenham gostado.
Até a próxima postagem.




terça-feira, 16 de abril de 2019

O que vi e vivi - reportagem parte 2

Olá Mortais,

Vamos continuar com a segunda e última parte da reportagem sobre Bipolaridade.

"Nesse período, conheci meu marido, que tem sido meu grande companheiro nesta caminhada. As duas internações mais recentes foram muito doloridas, e ele sempre esteve ao meu lado. Fizesse chuva ou sol, nunca faltou a nenhuma visita. Precisei trocar de medicação, porque o lítio estava me intoxicando. Meu humor ficou instável e acabei discutindo com uma colega no trabalho. Aquele acesso de raiva ia contra tudo o que eu buscava naquele momento, inspirada em ideias de amor e compaixão do budismo.
Eu passara por um intervalo de 10 anos em uma condição estabilizada e achava que tudo estava se encaminhando para um futuro de sanidade. Mas de repente tudo mudou.
Após essa discussão, me senti muito frágil e comecei a ter sentimentos de perseguição. Eu me afastei do trabalho, tomei uns comprimidos a mais e fui internada pela 11ª vez. Meu marido fez questão de me internar numa ala privada para que eu não tivesse que conviveras as usuárias de crack. Recebo alta, volto ao trabalho, mas o sentimento de perseguição continua e sou internada pela 12ª vez após ingerir comprimidos com um litro de vinho tinto seco. Meu marido me leva desacordada para o Pronto Socorro e fica ao meu lado até eu despertar . Volto mais uma vez ao trabalho, mas não consigo me adaptar. Estou com 50 anos e surge a possibilidade de eu me aposentar. Este não é o destino que imaginei para mim, mas a minha bipolaridade se mostrou muito séria.
Quando escrevi Me Diga Quem Sou, estava num momento bom de minha vida. Sei de pessoas com este transtorno de humor que têm uma vida relativamente normal desde que bem medicados. Eu também fui assim. Hoje tomo Aripiprazol e Depakene (acido volproico). Estou até bem do ponto de vista químico, mas emocionalmente me sinto bastante triste . Talvez seja a hora de recomeçar novamente com outros padrões de felicidade. Quem sabe escrevendo e assim explicitando este meu jeito diferente de sentir. Assim como eu, muitos outros bipolares gostariam de ser ouvidos, aceitos e de contribuírem de alguma forma.
Pude sentir isso no lançamento do livro na Livraria Cultura em Porto Alegre. Duas pessoas me falaram da dificuldade de não serem compreendidas, das oscilações de humor e das ameaças de suicídio. Nem sempre ser bipolar foi tão ruim assim. Confesso que, no princípio, eu sentia um fascínio pela química feroz de meu cérebro, que me levava a uma euforia fantástica. Mesmo pagando um preço muito alto por tudo isso, eu me sentia especial. Com as perdas decorrentes pelo caminho, esse sentimento foi diminuindo aos poucos. Hoje, Confesso que me sinto um tanto perdida diante da situação que a vida me colocou ou que me coloquei. Tenho o apoio da minha família e do meu marido e a admiração de pessoas que leram o meu livro, mas me sinto triste. Preciso me reinventar como a bipolar que já viajou sozinha para o Espírito Santo com uma mochila cheia de remédios e de esperança para fazer o seu trabalho de conclusão da faculdade de Jornalismo. Lá estava eu em Regência, na foz do Rio Doce quando ainda não contaminado pela lama maldita que veio matando tudo. Eu tinha 27 anos. Entrevistei e convivi com técnicos do projeto Tamar (Tartarugas Marinhas) e habitantes do local. Foi uma grande aventura. Tinha dias e horas marcadas para falar com meu psiquiatra que estava a milhares de quilômetros de distância em Porto Alegre.
Agora, a vida me apresenta outra aventura: a de reunir forças para continuar sabendo que não sou uma enviada divina; muito pelo contrário, sou frágil e é daí que preciso tirar uma forma mais suave de viver, sem tantas oscilações. E quanto àquelas piadinhas sobre bipolaridade, é melhor nem pensar. Embora elas estejam por aí, só quem vive na carna sabe como é. Aos 21 anos um psiquiatra me disse que havia vários estágios de bipolaridade, e que o meu era muito sério a ponto de talvez eu não voltar. Voltei para contar a minha história, para desmistificar certos preconceitos, para não me sentir só. Talvez, mesmo assim, eu não seja compreendida, mas eu entendo, pois até hoje eu venho tentando me descobrir.


Pois é... mais uma colega de doença, digamos assim.
Todo mundo diz a mesma coisa quando eu reclamo de ser bipolar: que eu tenho que ficar alegre porque tem os remédios e tal... imagina as pessoas bipolares de anos atrás quando não existia o carbolitium, por exemplo. Na real não tem que reclamar, não tem que fazer nada. É não pensar e colocar os comprimidos goela a baixo e agradecer por eles existirem... pelo resto da vida.
Triste realidade.
Por hoje era isso.
Até a próxima semana.


terça-feira, 2 de abril de 2019

O que vi e vivi - reportagem parte 1

Saudações Mortais,

Hoje vou começar a postar aqui uma reportagem retirada do jornal ZH, de maio de 2017, sobre bipolaridade. 
Não postei a reportagem aqui antes em função de várias "quedas" bipolares que eu tive, mas como o assunto costuma ser sempre atual, então aqui vai:

O que vi e vivi

Autora de uma biografia recém-lançada, Helena Gayer conta como é conviver com a bipolaridade.

Aos 21 anos, Helena Gayer recebeu o diagnóstico de bipolar. Desde então, oscilou entre surtos que a faziam se sentir como uma enviada divina, sempre seguidos da dor de enfrentar mais um recomeço. Ela compartilha com Donna um pouco da experiência dessa jornada narrada no livro Me diga quem eu sou. 
Hoje é comum ouvir piadinhas sobre bipolaridade. Mas o que significa ser bipolar? Talvez eu possa ajudar contando um pouco do que tenho passado até aqui. Em meu livro Me diga quem eu sou, falo um pouco de como é a minha experiência com este transtorno de humor. Fui diagnosticada aos 21 anos, mas já sofria de depressão intercalada com períodos de uma alegria sem razão de ser desde os 14. Tudo começou com a separação de corpos dos meus pais; no entanto, desde muito pequenina, eu era bastante introspectiva. Na adolescência, mesmo passando por episódios de depressão em que afundava em minha cama, consegui ser a melhor da minha turma na escola.

Quando o médico me deu o diagnóstico de bipolar, disse que o meu caso era bastante sério. Contrariando qualquer timidez, meu primeiro surto (aos 21 anos) foi bombástico, com direito a prisão e dias e noites em claro pela paradisíaca Florianópolis, experimentando o delírio de me achar uma enviada divina. Inspirada no livro Do jardim do Éden à Era de Aquarius, que lera aos 19 na casa de um colega do curso de Oceanologia em Rio Grande, me imaginava numa sociedade evoluída onde ei exterminaria o mal. Foram dias de um cansaço descomunal, em que perambulei insana pelas praias me envolvendo em situações perigosas e inusitadas.  
Eu morava em Canoas e viajara com uma vizinha para Floripa. Ela, apavorada, chamou meu pai e ele foi me buscar de carro com uma amiga. Minha família não entendia o que estava acontecendo comigo e me internou no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Depois de tudo, viria o retorno à realidade dentro do setor psiquiátrico e o recomeço. Assim aconteceu por inúmeras vezes. Era só observar os sintomas: pensamento acelerado, falta de sono, ideias absurdas e recorrentes. Várias vezes, eu me expus sem a mínima noção de perigo e só saí ilesa não sei como. A cada exposição, uma nova internação e um novo recomeçar. Assim foi em Florianópolis, onde, depois de tudo, até os policiais ficaram meus amigos.
Teve a vez que dormi na praia de Canasvieiras e algumas amigas só foram me encontrar no outro dia pela manhã: o Carnaval em Pelotas, onde fui expulsa de um retiro espiritual e jogada na rua sozinha em plena madrugada; a noite que escapei de três homens mal- intencionados por uma fração de segundos na praia do Cassino; ou quando, em surto, busquei  pela minha sobrinha imaginária entre os jovens que se divertiam na noite de um final de semana em uma avenida movimentada da cidades. Meus surtos eram intercalados por períodos de sanidade em que eu voltava à Faculdade de Jornalismo e me envolvia em questões sociais, como meio ambiente, direitos humanos e comunicação alternativa. Também nesses momentos eu buscava um mundo ideal e acabava me perdendo mais adiante em meus devaneios pelo fato de a realidade não corresponder ao que eu almejava.
Em certa ocasião, fui ao Rio de Janeiro e lá conheci uma turista alemã. Passeamos pela cidade sem que ela percebesse que eu estava surtada. Tempo depois, ela me mandou  um cartão-postal. Respondi no meu inglês macarrônico, dizendo que na época eu estava maluca. Acho que ela não entendeu nada. Talvez porque eu estabelecia diálogos internos: explicando melhor, eu não falava dos meus sentimentos absurdos. Guardava-os para mim. Já imaginei que poderia me transformar num cavalo ou que entabulava um diálogo com uma baleia que, na realidade, era um imenso tronco de árvore. Já experimentei desde o frio numa cela de um hospital público até o conforto de uma piscina numa clínica particular. Os dois me privaram da liberdade. Tomei uma quantidade absurda de remédios, entre os quais o lítio se destacou. Passei por 10 internações e mais duas recentemente, com um intervalo de 10 anos.

CONTINUA...

Bem, pessoal, por hora era isso. Para o texto não ficar muito longo, eu vou escrever a segunda parte na semana que vem.
Espero que estejam apreciando as informações.
Um abraço a todos e até a semana que vem.




terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Bipolar - o retorno

Saudações Mortais...

Como vão vocês depois de tanto tempo?
Eu vou levando... com meus altos e baixos que a Bipolaridade me permite (mesmo tomando os benditos remédios).
Claro que nesse tempo aconteceram algumas coisas que, penso eu, ocorreram em função dos pontos altos e baixo da bipolaridade, mas há certas coisas que, às vezes, a doença não interfere muito no resultado das coisas..
Um exemplo bem claro disso é quando a gente comete a bobagem de falar às pessoas que somos bipolares. Não sei se vocês falam ou não para as pessoas sobre a doença, mas eu tenho essa mania, digamos assim, de dar logo de cara, minha situação.
Mas tenho observado que isso não causa muitas coisas boas, porque as pessoas começam a se achar no direito de ficar analisando teu jeito de ser, como se tu fosses uma linha reta de comportamento, um monge budista ou algo do tipo. Então eles se acham na razão de fazer comentários sobre teu
comportamento em determinadas situações.
Apesar de meditar (nem sempre), mas de buscar ser uma pessoa mais equilibrada e tranquila, tem coisas que existem e situações que eu observo e confesso que me irritam profundamente, então eu me expresso de forma enérgica e as pessoas ficam dizendo que estou nervosa, que isso, que aquilo.
Nossa! Por que não param de bancar os "psicólogos" comigo? Isso é realmente muito chato! É como se as pessoas parassem de cuidar de suas vidas e começassem a cuidar do que eu faço ou deixo de fazer.
Isso realmente acho muito deselegante...
Então hoje o exemplo que trago para vocês, foi de uns amigos que eu julgava ter, mas me enganei redondamente.
Infelizmente, tive uma crise de depressão e, acabei me afastando deles. Sei que deveria ter pedido ajuda ou ter tentado não ficar sozinha, mas na hora eu achei que ficar sozinha era o melhor a fazer, porque uma pessoa deprê é chata...
O tempo passou e a crise foi embora e eu voltei a procurar os amigos. O que recebi deles, mesmo eles sabendo que sou bipolar, porque eu fiz questão de contar isso a ele,s foi:
Puro e simples desprezo. Só isso e nada mais.
Um desses amigos escreveu um texto enorme no whats dando altas lições de moral, me chamando de interesseira entre outras coisas, como se essa pessoa fosse a pessoa mais cheia de moral e perfeita da terra (caso o fosse, não estaria aqui, mas enfim... a inteligência e a humildade não são para todas as pessoas).
Então eu entendi que o que eu chamava de "amizade" nunca tinha existido e continuei minha vida me desligando desse pessoal. Afinal, ficar lamento não leva ninguém a lugar nenhum.
Passei por esse período de boas e continuo minha vida tentando melhorar cada vez, porque é tentando ser melhor que vou conseguir lidar com essa doença de forma mais leve... já que não há uma cura para isso, infelizmente.
Mas uma coisa é certa: independente de ser ou não bipolar, as pessoas precisam parar com essa mania de cuidar da vida dos outros e cuidar mais das próprias vidas, do que elas podem fazer para melhorar como seres humanos, sem perder seu tempo precioso aqui na Terra cuidando da vida dos outros.

Era isso por hoje, queridos Mortais... Vou começar a escrever mais sobre bipolaridade e sobre assuntos paranormais também, como eu escrevia antes, mas de forma desequilibrada, digamos assim. Agora, tudo vai ser mais coerente.
Em minhas andanças pelo Youtube, descobri o canal de um cara muito legal que faz visitas em casas abandonadas e que vê uns vultos e tal... mas confesso que tem coisas nos vídeos que eu não acho muito coerente, mas... é só minha opinião.
Só que esse assunto fica para a próxima postagem.
Um grande abraço a todos e até a próxima!



terça-feira, 3 de outubro de 2017

Mentes inquietas parte 3

Saudações Mortais,

Segue a última parte da reportagem sobre Bipolaridade.


Crianças e adolescentes

A maioria dos sintomas de transtorno bipolar já ocorre na infância e na adolescência, um período em que as primeiras manifestações da doença podem se apresentar ao mesmo tempo em que outros transtornos aparecem, como déficit de atenção, por exemplo. Mas, às vezes, é somente na fase adulta que se dá o diagnóstico.
- Quando conversamos com um adulto bipolar, muitas vezes descobrimos que os sintomas começaram por volta dos 14 ou 15 anos - explica a psiquiatra de crianças e adolescentes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Silzá Tramontina.
Além disso, quando o adolescente apresenta irritabilidade, os pais podem tomar como "algo da adolescência", quando na verdade, esse já pode ser um sintoma das fases de mania ou hipomania, ressalta Doris Husfeld Moreno, da USP:
- Confunde-se, mas talvez não seja. Normalmente, quem percebe são os pares, colegas de escola, porque esses adolescentes (com transtorno bipolar) são os que, frequentemente, praticam ou sofrem bullying.
Em um diagnóstico completo, os sintomas são muito semelhantes aos de um adulto, mas com algumas particularidades.
- A sexualidade, por exemplo, aparece de um jeito diferente. A criança pode querer tirar a roupa na sala de aula - afirma Silzá.
Outra diferença aparece nos períodos das fases em que a doença se apresenta. Em adultos, é preciso uma semana de sintomas de mania, por exemplo, para caracterizar a doença. Para os pequenos, pode ser algo que varia bastante mesmo no decorrer de um dia.
A especialista ainda ressalta que, mesmo que pareça haver um aumento nos casos, é uma prevalência baixa:
- Hoje, vemos muito diagnóstico em cima disso. Mas precisamos lembrar que é raro. Quando começa a se falar demais disso, as pessoas ficam muito alertas. Diversas crianças são diagnosticadas por outros profissionais, que desconhecem as peculiaridades de quando a doença se apresenta nessa faixa etária. Temos de ter cuidado, porque é um diagnóstico muito sério.
Pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos e publicada na revista científica Archives of General Psychiatry mostrou que, após mais de 10 mil entrevistas com adolescentes entre 13 e 18 anos, descobriu-se que uma média de 2,5% desses jovens teve episódios de mania e de depressão nos últimos 12 meses e preencheu os critérios para o diagnóstico do transtorno.
Ainda que não haja um estudo em grande escala sobre a prevalência da bipolaridade na população infantil, estudiosos estimam que ela atinja até 2% de crianças e adolescentes ao redor do mundo.

40% das crianças e adolescentes com transtorno bipolar têm ao menos duas tentativas de suicídio , que podem ser menos explícitas e tomadas como "atitudes de criança agitada". Por exemplo, sair correndo em direção aos carros em uma rua movimentada.

Sintomas nessa fase da vida

Apresentar muita mudança de humor e aumento da irritabilidade e da energia.
Ter pouco sono e estar sempre "a milhão".
Chutes e explosões de raiva.
Expressar-se dizendo que tem muita raiva, sem motivo aparente.
Dizer coisas horríveis para os pais.
Não ir bem na escola.


Bem, então era essa a reportagem. Espero que gostem.
Até a próxima semana.



terça-feira, 26 de setembro de 2017

Mentes inquietas parte 2

Saudações Mortais...

Segue aqui a segunda parte da reportagem da Zero Hora sobre Bipolaridade.

CARACTERÍSTICAS DO TRANSTORNO

Na fase maníaca:

Irritação
Agressividade
Pensamento e fala rápidas
Eficiência além da conta
Fazer coisas sem medir as consequências
Insônia ou pouca necessidade de sono
Comportamentos impulsivos


Na fase depressiva

Desânimo
Falta de eficiência
Tristeza profunda
Sensação de vazio
Falta de apetite
Pensamentos suicidas e de morte


Tratamento


Para ficar bem, o paciente com transtorno de humor bipolar precisa se conscientizar de que, depois do diagnóstico, não deve mais abandonar a medicação e, também fazer mudanças no estilo de vida. A doença tem forte componente genético - nos casos em que um familiar de primeiro grau tem o transtorno, aumenta-se de 1% para 10% os riscos de ter a doença -, mas também pode ser influenciada por muitos fatores ambientais. Sono desregulado, estresse, uso de drogas e abuso de álcool podem ajudar a desencadear crises.
- O que a gente trabalha com os pacientes é o que o estilo de vida tem de sair do sedentarismo e se aproximar muito do atlético, como se fosse se preparar para uma competição, com uma dieta regrada, horários regulados, trabalho regular - diz Flávio.
A família pode ajudar no diagnóstico porque será quem contribui nas informações do histórico da pessoa. Mas também tem papel importante no acompanhamento do tratamento.
- Em primeira instância, vem o medicamento, mas, em geral, associações de familiares conseguem cumprir uma parte que nosso sistema de saúde não cumpre.
Elas ajudam a pessoa a conviver melhor com a sua doença. Para que aceite melhor, por meio de palestras psicoeducacionais e grupos de autoajuda - complementa Helena.


   É bem por aí mesmo a coisa. A parte mais importante de tudo é aceitar que tem a doença, pois enquanto isso não acontecer o tratamento não vai surtir efeito. A pessoa tem que perceber que a medicação e a psicoterapia vão ajudá-lo a seguir com o tratamento. E não pode, em hipótese alguma, achar que, porque está melhor tomando os remédios que já curou a doença, porque Bipolaridade não tem cura e a pessoa tem que tomar remédio para a vida toda.
  Falando assim, parece que é fácil para mim, mas eu já experimentei os dois lados, com e sem remédio e, por mais que eu negue, sem remédio é bem pior. E ter "ataques" de ira com as pessoas que gosto não é nada legal. Claro que isso não acontece com todo o bipolar, isso depende de cada um, mas comigo é assim que funciona.
  Mas o melhor de tudo ainda é quando a gente tem o apoio da família. Triste é quando as pessoas que tu achas que gostam de ti ficam te dizendo que tu não tens nada e que está querendo aparecer ou que é mimada, daí fica complicado.
  Bem, semana que vem vou publicar a terceira e última parte da reportagem. 

  Espero que estejam gostando e até a semana que vem.



terça-feira, 20 de junho de 2017

Bipolaridade - Reportagem na Zero Hora

Saudações Mortais...

Aqui estou eu, na terça-feira, dia do Ementário Noturno. Confesso que não sabia muito o que escrever hoje... queria escrever mil assuntos, mas a cabeça está meio lenta, naquela fase em que se quer pensar, mas não se consegue porque está muito de...va...gar...
Mas vamos lá, que acredito eu deva ter alguns bipolares por aí querendo mais informação...
Essa reportagem que eu vou transcrever é da Zero Hora e foi publicada em 2015. Sei, faz um tempo, mas todos nós sabemos que a Bipolaridade não tem prazo de validade,  a coisa é sempre a mesma, só acrescenta mais conhecimento,
Talvez eu divida a reportagem em sessões não sei ao certo, porque não quero deixar o texto imenso e enfadonho.
Vamos lá,

MORENO, Doris Hupfeld. Mentes inquietas. Zero Hora. Porto Alegre, 21 nov., 2015.

Mentes inquietas

Sem causas bem definidas e exames que comprovem o problema, o transtorno bipolar pode levar anos para ser diagnosticado.
O transtorno de humor bipolar é uma doença da qual ainda não se sabe muito sobre as causas e não há exames que possam comprovar o diagnóstico. Conhecida pela alternância  entre fases de mania e depressão, a enfermidade apresenta um rol de sintomas e nuances que não se restringem à oscilação de humor e que tornam o diagnóstico mais complicado. No Brasil, uma pessoa  com o problema demora, em média, seis anos para descobrir que sofre com a doença.
Dois são os tipos em que se divide o transtorno: no tipo 1, o paciente apresenta episódios de mania, que pode se manifestar como psicose  e, no tipo 2, menos grave, apresenta hipomania - a pessoa fica acelerada, dorme mal, tem exaltação de humor. Quem é diagnosticado com o primeiro também pode apresentar episódios de hipomania, mas, para isso, precisa ter tido ao menos um registro de mania so longo da vida. As duas formas trazem algumas dificuldades para o diagnóstico.
- O tipo 1 pode ser confundido com doenças como a esquizofrenia, já com o 2 com depressão. Cada um tem os seus desafios - explica o psiquiatra Flávio Kapczinski, professor titular da Faculdade de Medicina da UFRGS e coordenador do Programa de Tratamento de Humor Bipolar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Kapczinski também estuda as bases biológicas do transtorno e relata que os avanços mais atuais são sobre o que é chamado neuroprogressão do quadro do paciente:
- Em um grupo que temos no Clínicas e em outras pesquisas, mostrou-se que, quando a pessoa tem mais de 10 episódios da doença, há uma tendência de diminuição de volume de certas áreas do cérebro, as pré-frontais, como o hipocampo, responsável pela memória. Mas isso não ocorre com todos. Alguns exames, particularmente a ressonância magnética, é que ajudam a fazer essa distinção. Por isso a importância da adesão ao tratamento, que ajuda a evitar os episódios de mania ou hipomania e depressão.
- Até pouco tempo atrás não se considerava o transtorno bipolar como uma doença que causasse danos cerebrais. Hoje já se sabe que pode deixar uma sequela - reitera a psiquiatra Helena Maria Calil, ex-presidente da Associação Brasileira de Amigos, Familiares e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata) e com longa atuação na área.
Para Doris Hupfeld Moreno, psiquiatra e pesquisadora do Grupo de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da USP, todo paciente para o tratamento ao menos uma vez na vida, o que faz do conhecimento do transtorno algo essencial para as pessoas:
- Para todas as doenças crônicas, a adesão é um problema. por isso faz parte do tratamento entender os sintomas. Todos param o tratamento alguma vez. Cada um precisa "apanhar" da doença, para, aos poucos, aprender a se tratar. É um processo.

Preconceito com a doença ainda é grande

Assim como em outras doenças mentais, o preconceito atua sobre as dificuldades de procurar ajuda.
- O estigma ainda é muito grande no Brasil. Alastra-se o mito de que todo mundo é bipolar, mas 90% não são. Vira até adjetivo. Isso apenas acentua o preconceito. E, quando alguém fala que tem transtorno bipolar, as outras pessoas se afastam. Mas quem tem, quando bem tratado, não aparenta o transtorno - completa Doris.
Por isso também que o nome mudou de psicose maníaco-depressiva para o atual, conta o psiquiatra José Alberto Del Porto:
-O termo psicose é muito carregado de estigma, e nem sempre o transtorno bipolar se configura por ele. Temos formas mais leves que se caracterizam mais por exaltação do humor, sem te delírios, que é uma marca da psicose. 

Vou continuar na terça que vem essa transcrição, mas antes de ir embora queria fazer alguns comentários.
Verdade, é complicado quando se diz para as pessoas que se é bipolar e é bem verdade que as criaturas ficam chamando qualquer pessoa que teve uma mudança simples de humor de bipolar. Nossa, se a gente vai seguir assim, imagina! Até a Natureza é Bipolar :)
Infelizmente, no meu caso, não tive dificuldade em ser diagnosticada bipolar, Desde o bendito psiquiatra em que eu fui até o último, todos me disseram A MESMA COISA. Então vocês podem me perguntar: "Mas isso não é bom? Tipo, o diagnóstico não foi errado?" É, por um lado isso é bom, porque tu não ficas como um idiota para todo lado sem saber o que realmente tens, mas por outro... eu não queria ter esse diagnóstico. Aliás, ninguém quer, a não ser que sejam daquelas pessoas que glamorizam a doença, se achando o máximo por ser bipolar. Vamos ser francos, QUALQUER TIPO DE DOENÇA é terrível. Se fosse bom, não seria chamado de doença, não é mesmo?
Mas o ruim de tudo isso é o apoio que precisamos ter. É muito comum as pessoas perto de ti acharem que tu estás querendo aparecer quando se diz bipolar. Já ouvi de gente que nem merece ser lembrada, que convivia direto comigo que eu queria aparecer, que eu era mimada, quando eu tinha os meus "ataques".
Ah! Fala sério. As criaturas acham mesmo que se fosse para chamar a atenção eu iria ao psiquiatra, gastaria uma fortuna em remédio e exame e ficaria tomando remédio para o resto da vida? Nossa, que idiotice, era melhor pendurar uma melancia no pescoço e sair batendo tambor no meio da rua... pra que querer chamar a atenção gastando dinheiro e tomando remédio?
Sabem qual o problema disso tudo? A mesma coisa que eu falo sempre: as pessoas não respeitam o outro, não se colocam no lugar do outro. Dessa forma fica muito fácil de acusar a pessoa de querer aparecer. Ninguém quer perder o seu tempo tentando entender o outro. O motivo do outro agir daquela forma. É como eu escrevi na última publicação, se a última psiquiatra, sabendo que eu não poderia continuar com a terapia devido às finanças não se deu ao trabalho de buscar ao mínimo um desconto com a Direção, para que eu continuasse com o acompanhamento e tratamento, que é o profissional responsável por isso e que sabe que a Bipolaridade é uma das doenças que mais causa o suicídio entre as pessoas, o que dirá das pessoas que convivem contigo e não estudaram para saber sobre a doença? E sem falar na célebre frase... são pessoas....
Logo, antes de ir só tenho a dizer uma coisa, Bipolaridade é uma doença terrível. Confesso que fiquei preocupada quando li que pode afetar partes como na memória, por exemplo, mas o que fazer? Não pedi para vir com esse defeito de fábrica :) Deduzi que o que se pode fazer é se cercar de pessoas que realmente gostem de ti e estejam dispostas a aguentar a complicação que é uma crise bipolar. Isso já é uma grande vitoria para pessoas bipolares como eu. Porque, vamos concordar: a vida em si já tem um monte de problemas e aprendizados para nós, ninguém merece ter pessoas imbecis que não sabem de nada querendo bancar os psiquiatras em volta para infernizarem a tua vida.

Bem, depois disso, fico por aqui. Até semana que vem,
Abraços,


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Psiquiatria incompetente

Olá Mortais...

Hoje acordei com vontade de deliberar sobre um assunto que, acredito eu, muitos de nós, bipolares, já passaram por isso: encontrar um psiquiatra que preste.
A Bipolaridade já é complicada de diagnosticar e, enquanto isso não acontece, a criatura fica sofrendo enquanto os outros que estão à volta acham que a pessoa está querendo aparecer. 
Então, quando ela é diagnosticada fica pior ainda, porque é preciso encontrar um psiquiatra que preste para ajudar a pessoa. E aí começa mais um sofrimento. Passei por alguns psiquiatras que não estão nem aí pra ti. O que interessa a eles é o dinheiro. Pagou, se tratou, caso contrário cai fora.
Normalmente o tratamento fica melhor quando o psiquiatra também atua como psicólogo. Meu penúltimo psiquiatra era assim e, confesso que tendo vontade de matá-lo em algumas vezes, fiquei bem contente com o andamento das sessões e senti falta quando tive de trocar, porque o cara voltou para a cidade dele.
Passei por um período financeiro deselegante e o cara conseguiu que eu permanecesse com a terapia por um preço mais acessível. Acontece que, quando ele foi embora, a psiquiatra que assumiu, mesmo sabendo das minhas finanças, aceitou numa boa quando eu disse que não faria mais terapia e só viria para solicitar a medicação.
Nossa! Acho que a criatura comprou o diploma na Internet. Não sabe que a Bipolaridade é uma das doenças mais complicadas que existem? 
O paciente chega e diz que não vai mais fazer a terapia porque não tem dinheiro e o que o profissional faz? Aceita numa boa, sabendo que a criatura é passível de uma depressão complicada e pode cometer suicídio... No mínimo, por respeito ao bipolar, o profissional poderia tentar um desconto com os superiores para que a pessoa não ficasse sem assistência, mas para quê? Não tem dinheiro, te vira.
Sei que todo precisamos trabalhar e ganhar o pão de cada dia, mas fala sério... onde está a parte médica da coisa? Olha a viagem... um bipolar diz  que vai parar a terapia pois não tem dinheiro e o profissional que pode fazer algo a respeito como solicitar um desconto não está nem aí e diz que está tudo beleza.
Às vezes me pergunto como esse tipo de profissional pode deitar com a consciência tranquila sabendo que, por falta de interesse e profissionalismo, um paciente pode cometer suicídio por negligência médica? 
Não sei ainda como me espanto com isso, se são só seres humanos, que não compreendem a si mesmos, tentando "ajudar" outros seres humanos a se compreenderem...
Triste ilusão à minha...

Até semana que vem,



segunda-feira, 3 de abril de 2017

Bipolaridade.... de novo

Saudações Mortais...

Vou começar as postagens do blog de 2017 de forma bem direta: falando sobre bipolaridade (como se eu já não tivesse tocado no assunto antes, mas vá lá).
Na verdade, não vou ficar aqui dando a minha opinião. Vou copiar uma reportagem que saiu na Zero Hora de novembro de 2015.
Na sequência quero postar aqui o livro Uma mente inquieta que conta a trajetória de uma psiquiatra que descobriu que era bipolar. Triste realidade quando eu li esse livro achando que não teria nada a ver comigo, mas à medida que eu lia e ia sublinhando as partes semelhantes as situações que eu havia vivido quase surtei ao ver que, por muito pouco, eu não sublinhei o livro todo :(

Então lá vai:

HUMOR BIPOLAR

O transtorno bipolar transforma a vida em uma corda banda, que oscila entre fases de mania  e depressão e exige tratamento constante.

 Maria Rita Horn

Ao mesmo tempo, assustadora e empolgante. Uma vida poderosa e que desliza na trajetória de um foguete, mas que também se aproxima da letalidade. Entender os contornos do transtorno de humor bipolar é compreender as fronteiras que mais parecem uma corda bamba e que permeiam o cotidiano de quem sofre com a doença.
Winston  Churchill, Vincent van Gogh, Ernest Hemingway, Virginia Woolf, Kurt Cobain. Pintavam, compunham e escreviam deleites. Retomada de registros sobre essas personalidades demonstra que eram pessoas com transtorno bipolar. Mas não porque fossem gênios em diferentes habilidades. Abuso de álcool e drogas, corte de uma orelha e suicídios mostram que não há charme nessa doença psiquiátrica, que afeta não apenas pessoas de talento, mas de 8% a 10% da população mundial - proporção que leva em consideração os casos mais graves e os mais leves.
- A pessoa tem mesmo a sensação de que está mais inteligente, mais criativa, fazendo mais coisas, mas isso é muito subjetivo. Ela dimensiona de modo errado no momento sintomático, de mania, e começa muitos projetos ,sem terminar. Ela pode, de fato, executar mais, o problema é a qualidade disso. Vemos isso no Schubert (compositor austríaco), por exemplo. Percebemos que, nessas fases, a produção aumenta, mas não são as obras de maior qualidade - explica Doris Hupfeld Moreno, psiquiatra e pesquisadora do Grupo de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da USP.
No livro Simplesmente Bipolar (Editora ZAhar, 2015), o psicanalista inglês Darian Leader cita o escritor escocês Brian Adams, que resumiu suas curvas de mania em outra obra sobre o assunto e questionou a propaganda da doença: "Adams pergunta por que essas listas (de famosos bipolares) se concentram, invariavelmente, nos nomes daqueles que contribuíram para a cultura, e não nos dos que a prejudicaram".
Se tratado, Van Gogh talvez tivesse vivido por mais tempo. Mais de suas obras teriam ficado para a posteridade. Doença crônica, o transtorno de humor bipolar prejudica a vida do paciente no trabalho, nos relacionamentos afetivos e na escola, e até mesmo causa declínio cognitivo se não for acompanhado por tratamento médico.


Bem, por hoje era isso. Aos poucos eu vou voltando a ler sobre essa doença dos infernos e vou trazendo as informações para vocês.
Fico por aqui....


segunda-feira, 28 de março de 2016

Bipolaridade


Saudações Mortais,

Coloquei esse vídeo porque achei simples e prático. Explica muita coisa e talvez muitas pessoas que acham que a pessoa que tem bipolaridade fica "se fazendo" para aparecer e chamar a atenção, mudem de ideia e, ao invés de se acharem donas da razão, comecem a ajudar e a entender mais.









https://www.youtube.com/watch?v=HGIUGROWdlc


Até a próxima,


Diário bipolar

Saudações mortais...

Bem, aqui estou eu ainda nesse mundo... Hoje não fui trabalhar porque não passei bem. 
Acordei mal do estômago e com dor de cabeça (dor esta que tem me acompanhado quase todos os dias e tem me deixado irritada, para variar).
Eu não poderia ficar o dia inteiro em casa e não fazer nada a respeito. Estou cansada disso. Faz 4 meses que eu parei de tomar a porqueira da medicação e não é de se admirar que eu ouvi reclamações, com razão, do meu marido em função das mudanças bruscas de humor. Meu filhote também já sofreu com os ataques de raiva, não com ele, mas comigo mesma. 
Por sorte, depois que aconteceu a tempestade do dia 29 de janeiro, meu cargo de bibliotecária foi extinto, mas para surpresa minha o ditado que diz que há males que vem para bem, serviu direitinho.
A gerência que eu aturava por 7 anos já não é mais nada minha. Comecei a conversar com outras pessoas ao invés de ficar como um  bicho do mato socado o dia inteiro na minha sala, catalogando livros. E de quebra, ganhei um voto de confiança do diretor para ver se eu consigo assumir uma atividade e concluir com sucesso.
Mas a parte disso tudo é que surgiu uma luz no fim do túnel, literalmente falando.
Comecei a conversar com uma colega que eu só cumprimentava antes e ela me deu umas dicas muito interessantes de onde buscar ajuda para essa porqueira de bipolaridade.
Conversamos bastante e eu me convenci que precisava de ajuda, porque do jeito que estava, estava começando a ficar difícil. Bem, difícil. Na verdade, quem tem essa droga de doença deixa os outros à volta doentes também, porque é uma coisa complicada de conciliar.
No último texto que eu escrevi, disse que não queria fazer o tratamento porque era caro e porque eu iria ficar como uma múmia. Mas na verdade não é isso, não adianta nada ter um monte de criações e criatividade explodindo se eu não consigo concluir droga nenhuma. Ter milhões de ideias e não concluir nada, não tem tem valor algum. Acaba dando no mesmo, só que a pessoa fica uma múmia mais ativa, só isso. E a frustração de não conseguir concluir nada nesse mundo deixa a pessoa pior ainda.
Foi por isso que hoje eu tomei uma decisão: vou voltar a cuidar de mim. Comecei a tomar meus remédios e marquei uma triagem na Fundação Mario Martins. Vamos ver o que vai dar, no mínimo, pior não fica. Como eu escrevi antes, minha maior preocupação são meus filhotes peludos que não se cuidam sozinhos. Se eu não me cuidar, que adiantará tudo isso? Daqui a pouco vai me dar um piripaque e eles vão ficar sozinhos e nada vai adiantar. Meu filhote também não precisa de uma mãe bipolar sem controle algum como exemplo do que não se deve fazer.
Tenho um outro blog Verdade mentirosa, mentira verdadeira em que eu digo que, se as pessoas não concordarem com o que eu digo, ao menos elas terão como exemplo o que NÃO se deve fazer, mas falando a verdade, desde que eu contribua com alguém nessa vida, já ficarei feliz, mas no fundo do coração, com meu filho eu não quero ser o exemplo do que NÃO SE DEVE FAZER  e sim do que É O CERTO. Penso que devemos contribuir de alguma forma, mas se for possível, que seja de forma a mostrar o positivo e não o negativo. :)
Então, por isso estou aqui hoje, para iniciar meu Diário Bipolar. Acredito ser uma maneira boa e positiva de me ajudar (porque amo escrever) e de ajudar outras pessoas que podem estar na mesma situação que eu.
Como eu disse antes, quero contribuir de forma positiva e não ser um exemplo para os outros do que não se deve fazer.
Sendo assim, publicarei aqui, minha caminhada rumo à convivência e aceitação do que é viver com essa droga deselegante de doença que é a BIPOLARIDADE.
Pelo menos, o primeiro passo eu já dei: medicações e ajuda profissional. Vamos ver o que vai acontecer na sequência.
Também gostaria de deixar aqui registrado meu muito obrigada à minha colega que me passou as informações da Fundação e que me disse o que eu já sabia, mas não colocava em prática, que se eu estiver bem, todo o resto fica bem e que o importante é a gente se cuidar.
Valeu!


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Maldita bipolaridade

É, ainda não me matei (para alegria de uns e tristeza de outros...)
Não sei o que fazer... hoje tudo ficou muito claro pra mim: ter essa doença é literalmente um inferno. Passo do bom pro terrivelmente ruim em segundos. Se tomo o remédio fico como uma pessoa normal: literalmente uma idiota. Nada contra as pessoas normais, é sério. Tenho inveja delas, porque elas vivem seus dia a dia de forma pacífica, rotineira e não tem esses ataques de raiva, de loucura, de extremidades e de muita criatividade. 
Estou há um mês ou mais sem tomar os malditos remédios e confesso que até agora não preciso deles, mas já passei por surtos de raiva, de alegria, de solidão e de tristeza sozinha porque não quis falar com ninguém da minha família, muito menos com a psiquiatra. 
Quando isso aconteceu, eu me soquei no quarto e fui dormir antes de chorar como uma condenada no travesseiro.
Hoje posso dizer que estou normal, normal naquelas... estou com milhões de ideias, meu pensamento não acompanha a velocidade do que eu quero fazer e, na maioria das vezes, me esqueço do que estava falando sozinha, ou fazendo, para ter de parar com tudo para me organizar e tentar ver de onde eu parei...
Falando sério mesmo, que inferno ter isso. É como ter um dom  amaldiçoado. 
Posso ver tudo tão claro e nítido quando não tomo os remédios, mas ao mesmo tempo, tenho acesso de raiva e de tristeza que me afasta das pessoas que eu amo. É como se eu tivesse acesso ao universo todo, mas pagasse um preço bem alto por isso. Um preço que me cobrasse a felicidade e me desse de "presente" a solidão.
Se eu tomo os remédios, fico normal, como se eu fosse uma linha reta. É como se toda a criatividade que existisse em mim sumisse e eu fosse um zé ninguém, mas quando eu não tomo os remédios, minha criatividade e espontaneidade fluem tão natural como se isso fosse o normal. Tenho mil ideias, mas de algum jeito, nenhuma dela se concretiza... e isso me frustra como seu eu fosse uma nulidade.
Eu queria fazer tanta coisa de útil nesse mundo inútil... queria fazer alguma coisa pra ajudar, mas não consigo. Sou a contradição em pessoa.
Sou tão criativa, mas não consigo levar minha criatividade adiante. Muitas vezes já desejei não ter nascido com esse monte de coisas: saber pintar, desenhar (acho que também sei cantar), tocar piano e violino, ter ouvido absoluto como o de Beethoven, que amo de paixão, ter um sotaque alemão sem ser alemã (minha professora de alemão que comentou isso, chegando a perguntar se eu jé tinha estudado alemão antes quando entrei pro  primeiro semestre de alemão na escola CLEM). Queria não saber escrever minhas histórias de vampiros e que meus leitores não gostassem tanto delas, queira não saber escrever, quera não saber tricotar, queria não saber bordar, queria não saber fazer tanta coisa (fazer bijouterias) e não queria saber de tanta coisa de artes e literatura, talvez assim eu não sofresse tanto. 
Ter um monte de conhecimento e não usar é cruel, é doloroso. E é isso que acontece comigo, que tenho essa maldição de bipolaridade.
A vida por si só já é ruim e eu consegui ter essa mala biológica para piorara minha vida. Sei que a medicação ajuda, mas nos dias de crises gastar R$300,00 de remédio é um absurdo. Gastar R$300,00 em algo que me deixa como um robô, com atitudes mornas e sem graças, mas que faz com que eu  não tenha surtos de estupidez, raiva e gastos sem necessidades?
É a maldita doença do 8 ou 80 literalmente falando. Não sou melhor do que ninguém, mas quando a gente tem acesso ao muito criativo que existe em nosso cérebro e no potencial que ele tem é praticamente impossível querer tomar aquele maldito Carbolitium para pôr ordem na casa. 
Toda a vez que eu todo o remédio corretamente, eu mando todos os meus personagens dos meus livros pro inferno. Eu não tenho criatividade para dar vida ao Chistopher, meu vampiro do livro A ilha, por exemplo. Não adianta eu ficar pensando nele e na história que nada acontece. Mas eu sei que se a minha imaginação ficar solta, ele ganha vida, a história continua e os meus leitores agradecem, mas sou eu quem me dano depois com a minha família. Por isso penso que se eu desse um jeito de sumir desse mundo seria melhor. Não mais incomodaria as pessoas que gostam de mim, mas também não posso fazer isso porque assumi um compromisso com 3 anjos...
Tenho 3 cachorros que dependem de mim e que não me pediram para vir pra cá, porque fui eu quem os procurei. Como posso deixar 3 anjos que não sabem se cuidar sozinhos se eu for embora? Eu não sei o que vai acontecer com eles se eu morrer. Provavelmente minha família não os vai querer e sabe-se lá o que o Diabo vai fazer com eles...
Mais um problema que eu criei pra mim, mas que não posso largar de mão...
Mas também não quero magoar as pessoas que gostam de mim com meus ataques de estupidez e fúria, mas também não quero comprar R$300,00 em remédio e ficar como uma múmia...
Por quê isso teve que acontecer comigo? Será que eu tenho que contactar meus pais e bater neles por eles terem me posto neste mundo podre com essa doença mais podre ainda? Eu não pedi para vir para cá, não pedi para passar por isso e agora não tenho a mínima ideia de como resolver esse problema infeliz.
Abençoada todas as pessoas que não são bipolares...



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Suicidio

Estou postando isso agora, porque achei que já tinha postado antes do texto que acabei de postar, que idiota.... É o preço que se paga pela bipolaridade.




Sim, estou pensando em suicídio. Talvez a melhor solução para os meus problemas.

Cheguei até a criar um slogam:”O suicídio nada mais é do que a autonomia sobre a vida”

E não é verdade?

Quando uma pessoa decide acabar com a própria vida, ela não está decidindo quando, como e onde quer morrer? Ora, a única coisa certa nessa existência é que TODOS vamos morrer mais cedo ou mais tarde, só não sabemos quando, onde e como. Não passamos de simples marionetes da vida.

Somos formigas queimando sob a lupa de deus, ser supremo que segundo uns, nos criou à sua imagem e semelhança e, segundo eu, nos largou aqui para nos virarmos e perdermos a esperança nas coisas boas a cada dia que passa. Acredito que, já que não pedimos para vir a esse mundo, pelo menos poderíamos ter a opção de decidir quando vamos deixá-lo.

A Morte é um assunto terrível e eu sei muito bem disso. Antigamente pensei que ela fosse uma amiga que fosse levar as coisas ruins embora e me dar paz, mas daí lembrei que eu não estou sozinha. Apesar de muitos quererem que eu morra, eu não posso simplesmente acabar com minha existência. Tenho meu filho, meus cachorros e meu marido que, penso eu, iram sentir minha falta e eu acho que ainda não cumpri minha missão com eles. Mas não consigo aceitar que algum deles vá embora antes de mim, porque eu não suportaria continuar sem eles.

Então por que raios não podemos decidir quando ir embora? Se a coisa toda fosse planejada, na certa seria menos dolorosa, já que esse é o final de todos nós.

É certo então nos despedirmos de quem amamos e, por causa de um bandido, nunca mais os vermos porque a alguém decidiu dar um tiro neles? Sei de histórias em que as pessoas foram rotineiramente para os seus trabalhos e, nunca mais voltaram por causa de terceiros, que deveriam morrer em seus lugares, porque esses sim não prestam.

Então chegam os otimistas: “Carpe diem.” Também concordo, mas não temos de aproveitar o dia porque não sabemos o que pode acontecer em seguida. Temos de aproveitar o dia porque é isso que viemos fazer aqui, nesse planetinha decadente. Por que viemos parar um lugar que não pedimos, para passar trabalho, sofrer e, além disso, ainda por cima aproveitar o dia porque não se sabe até quando vamos ficar por aqui à espera de um louco qualquer ou de um câncer qualquer prontos para nos levar? Por que deixar nosso corpo envelhecer e, por mais saudáveis se sejamos, chegar a um ponto em que uma lesma se torna mais rápida que nós?

Por que não decidimos quando queremos ir? É tudo uma questão de planejamento.

Eu não queria ter essa consciência, não queria ter memória, não queria sofrer com o que foi e nunca mais será. Não queria ter em minha mente imagens e lembranças de pessoas, animais, situações que eu sei que NUNCA mais acontecerão ou estarão comigo. Somente quando eu morrer é que as lembranças e saudades irão embora. Por melhor que seja uma lembrança, a saudade que ela causa é sempre nostálgica, porque não queríamos que acabasse, mas é algo que não depende de nós...

Queria fazer como um video que vi no Youtube: uma senhora, provavelmente cercada dos entes queridos e com câncer terminal, decidiu pôr um fim no sofrimento. Uma amiga lhe serviu Nembutal, ela bebeu, conversou, sorriu e comeu chocolate. Depois, como uma criança que brinca até tarde da noite, foi se acalmando, se aquietando e era possível observar o sono eterno aproximando-se lentamente.

Ela morreu feliz, com calma e tranquilidade. Morreu junto dos que amava e provavelmente seu corpo e espírito finalmente puderam descansar...

Pensando por esse lado, não é uma boa ideia ao menos controlar isso? Saber quando ir, saber quando se despedir, saber como partir? Ao menos nunca ficará a sensação do que podia ter sido e não foi. Não foi porque deus quis, foi porque a pessoa decidiu que aquele era o melhor momento para fazer o inadiável.

07/12/2015


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Bipolar

Saudações Mortais...

Passo hoje aqui para postar uma notícia antiga, mas atual sobre bipolaridade. Se não me engano, foi um programa da Globo: Fantástico.
De uma forma ultra mega abrangente, eles falaram bem dos bipolares, mas bem que podiam fazer uma reportagem mais profunda, que aparecesse os problemas sérios que os bipolares passam, principalmente quando estão na fase de mania.
Acho que não adianta nada mostrar uma reportagem sobre uma doença ou outra coisa, se quem elaborou a reportagem não consegue respeitar o espaço do outro.
É muito fácil colocar coisas superficiais sobre determinado transtorno se não investiga o motivo das atitudes divergentes; Pelo menos é isso p que penso.

http://g1.globo.com/fantastico/quadros/Males-da-alma/noticia/2013/03/alternancia-entre-depressao-e-mania-e-principal-caracteristica-de-bipolares.html

Alternância entre depressão e mania é principal característica de bipolares

É comum confundir transtorno bipolar com depressão. Em média, os pacientes demoram 13 anos para receber o diagnóstico correto.


Alternar fases de tristeza com outras de otimismo e autoconfiança acontece com todo mundo. Mas em algumas pessoas a tristeza vem acompanhada de desinteresse por tudo, incapacidade de sentir prazer, isolamento social, esquecimento, alterações do sono. É a fase depressiva. Essas crises depressivas são seguidas por outras que apontam no sentido oposto: excitação, euforia, aceleração do pensamento, fala rápida, desinibição exagerada, maior interesse sexual e até delírios. É a fase de mania. A alternância entre a depressão e a mania é a característica principal do transtorno bipolar.

É comum confundir transtorno bipolar com depressão. Erro grave porque os tratamentos são diferentes. Em média, os pacientes demoram 13 anos para receber o diagnóstico correto. Nesse período, sofrem com a medicação inadequada. Não é raro procurar refúgio no álcool e nas drogas proibidas. Mas a consequência mais triste é a solidão. Sem entender o que se passa, a pessoa se afasta dos amigos e da família. Mesmo com o diagnóstico e com o tratamento certo, a convivência não é fácil.

O tratamento do transtorno bipolar é feito com medicamentos estabilizadores de humor e psicoterapia. Infelizmente, pelo menos a metade dos pacientes interrompe a medicação. Primeiro porque os remédios exigem tempo para que as doses sejam ajustadas, segundo porque, na fase de excitação, a pessoa acha que ficou curada. Os medicamentos não curam o transtorno bipolar, mas o tratamento ininterrupto, acompanhado de psicoterapia, é a garantia de uma vida mais tranquila, sem sobressaltos.



http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/alternancia-entre-depressao-e-euforia-marca-o-transtorno-bipolar/2478201/

Um grande amplexo a todos. Até a próxima postagem.


quarta-feira, 14 de março de 2012

E o fim começou...

           Saudações Mortais...

        Para não perder o costume, estou escrevendo num dia nublado e deveras chuvoso. Algumas ruas perto de onde trabalho, alagaram e parece que em agumas regiões, o Dilúvio transbordou... catástrofes... assim como está a natureza, minha vida também está...
       Estou lendo o livro Uma mente inquieta que conta a experiência de uma psiquiatra que descobre ter o Transtorno Bipolar do Humor. Falta a metade do livro para ler, mas o que li até agora me deixa muito mal... há diversos trechos no livro que eu sublinhei, pois parecia claramente que era de mim que ela falava. Complicadíssimo este transtorno, principalmente no período de mania. Se gasta o que pode e o que não pode e, mesmo sabendo que não pode, continua-se gastando... depois, quando as faturas chegam para serem pagas, o desespero toma conta e não há o que fazer. A consequência disso é a depressão, a certeza de que nada nunca mais vai se consertar e que a melhor solução é o suicídio.
       Para completar o quadro, no dia 6 desse mês, descobri que o psiquiatra que me atendia, não vai mais me atender, porque vai para outro lugar. Confesso que não gostei, pois o médico já está acostumado com o paciente e não é necessário ficar falando as mesmas coisas. Agora, com outro psiquiatra, começa tudo de novo... é tão maçante...
       Aliás, talvez hoje não seja um bom dia para escrever, pois tudo está cinza para mim. Minha fase mania passou e eu agora estou na pior fase: a de encarar as burrices e idiotices que fiz sem pensar e arcar com as consequências. Juro que eu queria ter um freio mágico que amarrasse minhas mãos toda a vez que eu gastasse mais da conta. As pessoas que ouvem o que eu digo, acham que eu não paro porque não quero, pois é super fácil, mas não é assim que funciona. Sei que estou errada, que não posso mais gastar, mas mesmo assim, eu gasto e sempre acredito que algo mágico vai surgir para resolver a parte financeira. Mas isso não acontece na realidade, só na minha cabeça. Depois, quando eu verifico que realmente eu me individei, bate o despespero. E o ponto principal de tudo isso é que eu não consigo parar! Acho tudo tão maravilhoso que também saio comprando presentes para todos os que amo e assim, aumento mais a minha dívida e a minha depressão.
         Hoje estou me achando a pior das pessoas, a pessoa mais burra, mas idiota que não consegue fazer nada, porque tem atitudes absurdas e inconsequentes. Acho-me uma perdedora, porque falhei com as pessoas que eu gosto muito. 
         Querem saber o que é o pior de tudo? 
          As coisas que eu faço, em momento algum, tem o objetivo de ferir ou magoar alguém, mas é justamente isso que acabo fazendo e isso me deixa muito mal...
         Bem, há muitas coisas que eu gostaria de escrever, mas no momento,  estou com meu tempo reduzido, pelo menos pude desabafar um pouco...
         Espero poder escrever em breve novamente,
         Fico por aqui,

        Ósculos e amplexos,

  

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Indignação

           Saudações Mortais...


     Vim hoje aqui mais para postar um sentimento de indignação com as pessoas. Para variar, quem ler o que eu escrevo vai acabar pensando que eu me acho a melhor pessoa do mundo para ficar falando dos outros. Muito pelo contrário, por saber que eu não sou melhor do que ninguém e que ninguém é melhor do que eu é que eu fico indignada com a atitude das criaturas.
    Semana retrasada tive uma crise forte do transtorno bipolar e o psiquiatra deu atestado de 5 dias, quando retornei, minha "querida chefe" ficou com cara de poucos amigos, como se eu estivesse fazendo alguma coisa errada.
    Bem, o psiquiatra aumentou a dose do remédio e eu piorei, pois sou  sensível à medicação e o que ele fez? Deu atestado para 7 dias... até aí tudo bem...
     Pior foi hoje que recebi o e-mail de um colega dizendo que a "chefe" foi fazer queixa de mim, que tinha ficado chateada por eu não ter avisado que não ia voltar ao trabalho na terça passada...
     Chega a ser cômico. Antes de eu sair, eu mandei um e-mail para ela avisando que eu ia no psiquiatra e quando eu retornei do médico, mandei um e-mail avisando também. Só que o pior de tudo isso até nem é esse deselegante diz-que-me-diz, é o fato de ficarem zangados porque o psiquiatra me deu o atestado... é como se eu não pudesse nunca ficar doente...
     Quando a estagiária se envolveu com um usuário, o RH deu a ela 3 dias de afastamento para evitar situações desagradáveis e todo mundo, principalmente a "chefe" ficou com dó da pessoa... agora eu, que tenho essa coisa de bipolaridade e o psiquiatra receita o atestado, parace que eu é que mandei o médico fazer isso e estão achando errado.
    Quer saber? Quando mais o tempo passa, mais raiva e nojo eu tenho das pessoas... é muita hipocrisia pra tão pouco tempo de vida... o que é que as pessoas acham que vão ganhar tendo atitudes como essa?
     Faz tempo, desde que eu comecei a tomar Carbolitium que eu parei com a ideia de suicídio, mas mesmo esse pensamento sumindo, confesso que às vezes tenho vontade de sumir desse planetinha idiota rodeado de gente mais idiota ainda e que se acha...
     Só quero ver na quarta quando eu retornar ao centro de loucura... Só peço a quem me cuida que me ajude a manter a calma, pois eu vou chegar e trabalhar, mas se alguém vier me encher a paciência, ah... com certeza vai levar uma resposta bem dada, a se vai....

    Ósculos e amplexos,




quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ementário...

            Saudações Mortais...


      Como sempre, cá estou eu escrevendo em um dia nublado... Acho até que faz muito sentido, uma vez que eu detesto o sol e ele faz meus olhos doerem, então...
     Ontem fui ao psiquiatra, pois não estava muito bem... aliás ainda não estou bem, mas estou me esforçando para melhorar... Consegui com que ele receitasse mais um remédio além do Carbolitium... um antidepressivo... que ironia da vida, eu que abomino tomar remédio é o que mais faço no último ano...
     Bem, espero que além da minha vontade em melhorar, que o bendito remédio também ajude... senão a única opção é o suicídio... Sei que muitas pessoas dizem que isto é covardia, mas há momentos em que por mais que a gente tente se erguer e seguir em frente, é algo que se torna quase impossível... é algo além da própria vontade e a única coisa que temos vontade de fazer é dormir para não ver as coisas acontecerem...

     E, para ilustrar esse momento depressivo, vou postar aqui, um texto que eu postei no Blog Do Vale das Sombras, no qual fui convidada a postar.


LIBERTAÇÃO

            Abri os olhos e mirei o teto. Mais um dia iniciava, porém não era só mais um dia... era o último dia, meu último dia.
            Levantei da cama e caminhei lentamente até o banheiro. Olhei o espelho e visualizei meu reflexo. Diferente das outras vezes, meu semblante estava tranquilo, sereno até, porque eu sabia qual seria o final daquele dia e esta certeza me dava energia para seguir adiante.
            Cumpri minha rotina monótona, mas desta vez, não suspirei exasperada, pois a certeza do que me aguardava, me reconfortava. Peguei minha bolsa, despedi-me de minha família e me dirigi até a garagem para pegar meu carro. No meio do trajeto, estacionei em frente à casa dos meus parentes maternos. Entrei, troquei algumas palavras banais e me despedi deles, porque eu ainda precisava trabalhar.
            Quando cheguei ao local onde passava 8 horas por dia, fazendo sempre as mesmas coisas, cumprimentei os colegas de trabalho com um sorriso comedido e fui para minha sala. Tinha de deixar meu trabalho organizado.
            Contava as horas para o final do expediente e sentia aquela expectativa que uma criança sente quando chega o momento da entrega de presente de Natal. Quando tive uma oportunidade, redigi uma epístola simples a todos os que amo, para que saibam o quanto são importantes para mim. Aos colegas, procurei auxiliá-los da forma que eu podia, para que as tarefas que eles tinham de executar ficassem mais agradáveis. Eu queria deixar uma boa lembrança antes da minha partida.
            O decorrer do dia foi maçante como todos os outros. A impressão que eu tinha era de que um filme passava diante dos meus olhos e eu era apenas uma telespectadora, sem poder algum de alteração do meu destino.
            Após o término do expediente, voltei para casa e, no trajeto, enquanto ouvia pela última vez minhas músicas preferidas, observava as coisas e pessoas à minha volta. Aquele final de tarde estava especialmente lindo, como se a vida quisesse mostrar que ainda havia motivos para continuar, mas todo aquele espetáculo não mudaria em nada minha decisão. De alguma forma eu estava feliz pelo que faria: daria paz aos que amo.
            Quando cheguei a casa, ela não parecia mais meu lar, parecia a moradia de uma estranha e aquilo indicava que eu deveria partir logo.
            Larguei minha bolsa no lugar de costume. Arrumei a casa, pois também queria partir deixando meu lar organizado. Antes de “arrumar as malas”, depositei sobre a mesa da sala a simples missiva de despedida. Sorri tristemente pensando na reação deles, mas era a melhor opção para todos.
            Fui até o banheiro e enchi a banheira. Dirigi-me ao escritório para verificar o horário no relógio da parede e pegar algo deveras importante. Calculei o tempo e sorri, ainda estava dentro do horário, não haveria atrasos.
            Quando a banheira estava cheia, chaveei a porta do banheiro, tirei a roupa e mergulhei na água morna. A temperatura da água deixou-me mais tranquila. Fechei os olhos sabendo que estava quase na hora, não podia me atrasar. Uma única lágrima escorreu pelo meu rosto, eu já havia chorado tanto antes que não restava mais lágrimas.
            Por alguns segundos, minha vida passou diante de mim. Minhas alegrias, meus triunfos, minhas tristezas, minhas perdas e todos os rostos das pessoas que eu mais amava na minha vida. A dor no peito que eu sentia há tempos voltou com força. Estava na hora.
            Estendi o braço e alcancei o estilete que trouxera do escritório. Por um segundo, titubeei diante do que faria, pois sabia que não haveria mais volta, mas eu estava decidida: já não suportava mais viver em tristeza e nem entristecer os que amo. A maçã estragada no cesto tinha que ser eliminada e eu faria isso.
            Dois cortes verticais rápidos. Quase nem senti a dor. Acho que a água morna aliviou a ardência. Recostei-me na banheira e respirei fundo. Aos poucos, senti a sonolência aumentar até que caí em sono profundo nos braços Dela.
            Quando abri os olhos, eu estava no lugar mais lindo que já vira tantas outras vezes em meus sonhos. Sorri em paz.
            Eu estava livre.
                                                           
                                             Vampyra Morgh 04-09-2011
              
    

                Ósculos e amplexos,