Vou começar as postagens do blog de 2017 de forma bem direta: falando sobre bipolaridade (como se eu já não tivesse tocado no assunto antes, mas vá lá).
Na verdade, não vou ficar aqui dando a minha opinião. Vou copiar uma reportagem que saiu na Zero Hora de novembro de 2015.
Na sequência quero postar aqui o livro Uma mente inquieta que conta a trajetória de uma psiquiatra que descobriu que era bipolar. Triste realidade quando eu li esse livro achando que não teria nada a ver comigo, mas à medida que eu lia e ia sublinhando as partes semelhantes as situações que eu havia vivido quase surtei ao ver que, por muito pouco, eu não sublinhei o livro todo :(
Então lá vai:
HUMOR BIPOLAR
O transtorno bipolar transforma a vida em uma corda banda, que oscila entre fases de mania e depressão e exige tratamento constante.
Maria Rita Horn
Ao mesmo tempo, assustadora e empolgante. Uma vida poderosa e que desliza na trajetória de um foguete, mas que também se aproxima da letalidade. Entender os contornos do transtorno de humor bipolar é compreender as fronteiras que mais parecem uma corda bamba e que permeiam o cotidiano de quem sofre com a doença.
Winston Churchill, Vincent van Gogh, Ernest Hemingway, Virginia Woolf, Kurt Cobain. Pintavam, compunham e escreviam deleites. Retomada de registros sobre essas personalidades demonstra que eram pessoas com transtorno bipolar. Mas não porque fossem gênios em diferentes habilidades. Abuso de álcool e drogas, corte de uma orelha e suicídios mostram que não há charme nessa doença psiquiátrica, que afeta não apenas pessoas de talento, mas de 8% a 10% da população mundial - proporção que leva em consideração os casos mais graves e os mais leves.
- A pessoa tem mesmo a sensação de que está mais inteligente, mais criativa, fazendo mais coisas, mas isso é muito subjetivo. Ela dimensiona de modo errado no momento sintomático, de mania, e começa muitos projetos ,sem terminar. Ela pode, de fato, executar mais, o problema é a qualidade disso. Vemos isso no Schubert (compositor austríaco), por exemplo. Percebemos que, nessas fases, a produção aumenta, mas não são as obras de maior qualidade - explica Doris Hupfeld Moreno, psiquiatra e pesquisadora do Grupo de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da USP.
No livro Simplesmente Bipolar (Editora ZAhar, 2015), o psicanalista inglês Darian Leader cita o escritor escocês Brian Adams, que resumiu suas curvas de mania em outra obra sobre o assunto e questionou a propaganda da doença: "Adams pergunta por que essas listas (de famosos bipolares) se concentram, invariavelmente, nos nomes daqueles que contribuíram para a cultura, e não nos dos que a prejudicaram".
Se tratado, Van Gogh talvez tivesse vivido por mais tempo. Mais de suas obras teriam ficado para a posteridade. Doença crônica, o transtorno de humor bipolar prejudica a vida do paciente no trabalho, nos relacionamentos afetivos e na escola, e até mesmo causa declínio cognitivo se não for acompanhado por tratamento médico.
Bem, por hoje era isso. Aos poucos eu vou voltando a ler sobre essa doença dos infernos e vou trazendo as informações para vocês.
Fico por aqui....