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sábado, 7 de abril de 2012

Mais perto da Morte...

       Saudações Mortais...


      Venho hoje aqui escrever em um dia não tão especial: minha passagem natalícia.
      Confesso a vocês, há dois dias no ano que eu deteste extremamente: o dia 31 de dezembro e o 7 de abril. O 31 de dezembro é completamente sem sentindo para mim, pois vejo as pessoas sendo cínicas ao extremo. Vejo mensagens de otimismo e de paz, mas que são efêmeras, pois ao decorrer do ano a porqueira volta a reinar. As pessoas que se mostram felizes, otimistas e bondosas, tornam-se intolerantes, intransigentes e egocêntricas ao longo do ano.
      No meu caso, em específico, sempre fico com aquela sensação terrível de final de ciclo sem fundamento, sem objetivo e sem ganho algum. Quando o ano termina, me sinto triste, pois vejo que mais uma vez eu não fiz nada do que queria fazer, por falta de tempo, falta de oportunidade, falta de energia... e sei que, mais um ano vai começar e a porcaria vai continuar... Para quê me alegrar se eu já sei tudo o que é que vai acontecer?
     E o 7 de abril é porque foi o dia em que me puseram aqui, neste mundo, para sofrer e ver os absurdos que as pessoas fazem. Conforme a doutrina espírita, dizem que somos nós que escolhemos a família e a situação na qual queremos encarnar. Se assim for, digo: sou uma idiota e beócia mesmo por ter feito tal escolha. Quem é estúpido o suficiente para escolher vir para este mundo sem fundamento? Cheio de guerras, injustiças e incoerências? Que topeira iria escolher vir para cá, que na minha opinião é o verdadeiro inferno, para passar trabalho, trabalhar como um escravo preso durante, no mínimo, 8 horas por dia, para depois trabalhar em casa, pois este sim é o pior trabalho, e depois, quando sobrar algum tempo para si mesmo, dormir porque está cansado demais para fazer as coisas de que gosta?
     Não sei quanto a vocês, mas sei que eu fui néscia o suficiente para escolher estar aqui e confesso que tenho pensando bem sério em acabar com essa escolha sem sentido... é muito masoquismo para uma pessoa só.

               E, para encerrar com esse dia sombrio, deixo aqui um poema que escrevi especialmente para a ocasião.

                           Passagem

Olho no espelho e vejo
Dor, tristeza, desilusão
Pedaços fragmentados de um coração
O resumo de uma vida sem sentido
A reunião de nada
De uma mente cansada
O ciclo vai recomeçar
E, mais uma vez, nada pude criar
Toda a energia, criatividade e ação
Perderam-se no tempo, na escuridão
Como as estações do ano,
Mais uma vez
Me deparo com a proximidade
Dela, que aguarda pacientemente
O momento certo para me levar
O tempo que vai levar não importa
Pois a única certeza que há
É que no dia em que nasci
Iniciei a contagem regressiva
Para o meu enterro

Vampyra Morgh M.I. (07/04/2012)