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quarta-feira, 20 de março de 2013

Morte

      Saudações Mortais...

Não sei o que é, mas sinto algo estranho. Talvez eu esteja perto de uma crise bipolar (depressão)... mas ultimamente me sinto triste, sufocada e muito aérea com as coisas.
 Além desse blog, tenho mais 5  (meus) e mais um no qual fui convidade a postar. Simplesmente não consigo estabelecer uma linha de raciocínio para organizar as postagens e o conteúdo de cada blog. Quando tenho as ideias, normalmente estou presa na minha sala de bibliotecária para catalogar os benditos livros. E isso me mata aos poucos (ficou estranha a frase para um imortal, mas vá lá...)
  Às vezes dá uma agonia olhar pela janela e ver um tempo lindo lá fora e eu aqui, presa nessa sala. Sei que se eu quisesse sair ninguém me impediria, mas eu seria descontada no salário. Acho que não faço isso para não ter de me incomodar com a minha superior.
  Mas toda a vez que eu olho pela janela sinto um desespero tão grande que dá vontade de gritar. É como se a vida estivesse acontecendo lá fora e eu estive morta aqui dentro.
  É todo o dia a mesma coisa, passar 8 horas em um lugar fazendo a mesma coisa. Ironia da vida? Eu que abomino rotina tive a "inteligente" ideia de escolher a profissão mais rotineira do mundo. Onde é que eu estava com a cabeça quando fiz isso?
  Como a maioria dos bipolares, adoro tudo o que tem a ver com arte e criação. Eu sou uma pessoa criativa na essência. Escrevo, produzo bijouterias, desenho, pinto, bordo, faço trico, crochê e se eu relembrar, posso voltar a tocar piano e violino. Sou dona de 6 blogs que, acredito, são criativos. E, apesar de tudo isso, resolvi escolher biblioteconomia. A profissão é linda, mas é muito técnica e repetitiva. E eu não vi isso quando fiz a faculdade...
   E agora não tenho vontade de fazer outro curso. O que eu queria mesmo era sair por aí, caminhar, encontrar novidades e depois contar o que achei.
   Essa coisa do tempo passar rápido demais e eu não aproveitar me agonia. Por incrível que pareça desde o início do ano eu estou assim, com a sensação de perda. Nunca em toda a minha vida eu tive tanta ciência da Morte, nunca Ela foi tão palpável. Sei que não posso pensar assim, mas meu coração aperta quando olho meu marido e meu filho e sei que um dia vou me separar deles. Não quero saber se vou encontrá-los do outro lado da vida, o que me angustia é essa certeza. A certeza de que eu vou morrer, de quem eu amo eu nunca mais vou ver. E isso tem me deixado  desesperada. Penso em falar com meu marido, mas nem sei se vou conseguir por começar a chorar.
   Confesso: não quero pensar na Morte (por mais que eu a tenha desejado, agora eu quero distância dela), quero viver minha vida junto aos que amo sem ficar nessa paranoia. Mas não sei se consigo. Seria essa sensação algum sintoma bipolar?
    Acho que a vida deveria ser como naquele filme do Brad Pitty: nascer velho e morrer novo. Quando se nasce, não lembramos de nada (ao menos eu não lembro de como foi quando nasci). À medida em que crescemos, vamos caminhando lentamente para o fim. E vemos tudo ao nosso redor mudar. Já não temos mais o mesmo fôlego de antes, não somos mais jovens e às vezes precisamos que outras pessoas nos auxiliem para que consigamos fazer determinada coisa. Então, por que morrer velho, com consciência de que estamos velhos? Por que não nascer velho e morrer jovem? Se fosse assim, acho que seria uma morte muito linda: morreríamos muito jovens e, por sermos jovens (como bebês) não teríamos a mesma consciência de um idoso e não nos desesperaríamos por estarmos morrendo não teríamos noção da Morte e da ausência dos que amamos.
   Ou melhor ainda: deveríamos ser vampiros, para transformarmos quem amamos em imortais. Nós jamais iríamos nos separar, nunca mais envelheceríamos e teríamos todo o tempo do mundo para VIVER A VIDA, coisa que não fazemos hoje por causa da maldita falta de tempo. Não sofreríamos com a dor e com a ausênci e, finalmente, nós seríamos livres.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia da mulher

      Saudações Mortais...
 
      Apesar de hoje eu não estar nos meus melhores dias, achei interessante postar esse poema que recebi por e-mail. Afinal, é sempre bom quando somos lembradas de alguma forma.
 
 

Meu nome é MULHER!

No princípio eu era a Eva
Criada para a felicidade de Adão
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina,
Operária em construção...
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER!!!!


sexta-feira, 1 de março de 2013

Sta Maria globo

           Saudações Mortais...

       Sei que a reportagem está mais antiga que a múmia do Egito, mas eu precisava postá-la mais cedo ou mais tarde.
       Para não perder o rumo da coisa, eu discordo veementemente com a informação. Certo, as pessoas que perderam seus entes queridos estão deveras sensibilizados com a situação, mas que que Diabo! A minissérie já estava programada muito antes do incêndio acontecer. Quem ve parece que o pessoal da Globo estava esperando para a tragédia ocorrer para estreiar o Pé na Cova.
       As pessoas deveriam saber que as coisas acontecem independente do incêndio, pois Santa Maria não é a única cidade do mundo. Quando uns morrem outros continuam vivos, não é assim que acontece na vida?
       E outras: qual o problema de se falar em morte? Confesso, não gosto tanto dela quanto achei que gostava, mas a única certeza que todos nós temos é que todos vão morrer em algum momento, uns mais cedo, outros mais tarde. Para quê criar tabu com a morte? Ninguém quer perder quem ama e ninguém quer deixar quem ama, mas essa é a única certeza que temos nessa vida. Agora ficar fazendo fiasco porque uma minissérie que fala sobre morte vai ao ar no mesmo final de semana em que centenas de pessoas morreram tragicamente é sem fundamento.
       Mas quem sou eu para falar sobre isso? Provavelmente vão dizer que escrevo isso porque não tenho parentes mortos na Kiss...
       Bem, se eu tivesse com certeza não implicaria com a Globo, porque infelizmente, o mundo não gira em torno de mim e dos meus. Ele continuará depois que eu e toda minha geração deixar a terra. Simples e triste assim...
 
 


Após tragédia em Santa Maria, minissérie “Pé na Cova” é considerada uma gafe

A nova série da Rede Globo, "Pé na Cova", tinha tudo para ser uma história divertida, que mistura humor e morte. Mas, infelizmente, a estreia da atração de Miguel Falabella coincidiu com a tragédia do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que até o momento deixou 235 mortos

Para piorar a situação, no domingo (27) que aconteceu o desastre, o Twitter oficial da Globo publicou uma mensagem convidando os internautas a criarem lápides engraçadas. "Já brincou de criar sua lápide divertida?", escreveu algum profissional da emissora, que ainda incluiu um link que levava ao aplicativo para montagem de lápides.
Logo em seguida, os internautas começaram a se manifestar e a mandarem mensagens de fúria. "Tem vergonha não? Dia triste, e você fazendo tuítes de #PéNaCova", disse um dos seguidores. Apesar de demorar um tempo para deletar a mensagem polêmica, o responsável pela conta no microblog pediu desculpas: "Claro que o tuíte de #PéNaCova foi uma infeliz casualidade, pela qual nos desculpamos. Estamos solidários com as famílias de Santa Maria/RS".
De acordo com o colunista Ricardo Feltrin, do jornal "Folha de S. Paulo", o profissional que tuitou no perfil da Globo foi afastado, mas não demitido. O caso acabou gerando uma crise nos bastidores do seriado, onde parte do elenco defende que "Pé na Cova" não fosse ao ar nesta semana. Desse jeito, a atração não iria tocar no assunto "morte" em um momento delicado como o que a população brasileira está vivendo.
Mas a Globo afirmou que o capítulo desta quinta-feira (31) irá ao ar.

               Mas quem sou eu para dizer algo?
           A única certeza que tenho nessa vida é que nada sei.